Grande BH: bebê morre por problemas respiratórios e mãe faz alerta
A menina de 1 ano e 4 meses foi diagnosticada com bronquiolite, mas o quadro de saúde evoluiu para pneumonia
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Siga noDepois de três dias internada, a bebê Evelyn Beatriz Marques de Oliveira Bambirra, de 1 ano e 4 meses, morreu nesse sábado (3/5) por complicações causadas por bronquiolite e pneumonia. A menina estava internada na UPA de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde quarta-feira (30/4), onde seu estado de saúde se agravou. A prefeitura da cidade decretou, na sexta (2/5), Situação de Emergência em Saúde Pública em razão do aumento expressivo e repentino de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Em vídeo publicado nas redes sociais, a mãe da criança, Amanda Gabriela, relatou os momentos que antecederam a morte de Evelyn e deixou alerta para outras mães e famílias. Segundo ela, a filha apresentou uma leve tosse na última segunda (29/4), mas foi à escola normalmente.
"À tarde, por volta das 12h, a diretora da creche me ligou pedindo para buscá-la, porque ela estava com 39ºC de febre", disse Amanda. A mãe decidiu medicá-la em casa e deixá-la em observação.
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Na terça-feira, a mãe contou que a febre voltou e Evelyn parecia cansada. A criança foi levada à UPA de Pedro Leopoldo, onde recebeu diagnóstico de bronquiolite, mas sem exames mais aprofundados. "A médica receitou um medicamento e o uso de bombinha de quatro em quatro horas", afirma Amanda.
No dia seguinte, com a saturação baixa, a menina voltou para a UPA, foi internada e ou a receber oxigênio. Na noite do mesmo dia, um medicamento com adrenalina chegou a melhorar seu quadro, mas não foi mantido pelos médicos.
Evolução para pneumonia
Na quinta, no entanto, o estado de Evelyn piorou novamente. "Ela não estava conseguindo respirar sem o oxigênio. Às vezes eu tirava a máscara para amamentá-la e, em questão de segundos, a saturação dela caía. Na sexta, Evelyn não estava conseguindo nem abrir os olhos direito. O quadro agravou mais ainda. Uma médica pediu que fizéssemos um raio-x novamente e constataram que a bronquiolite tinha evoluído para uma pneumonia", relata a mãe.
De acordo com Amanda, desde o primeiro dia, estava sendo tratada apenas a bronquiolite, o que fez com que a pneumonia se espalhasse. "O oxigênio não estava sendo suficiente e ela ficou a semana inteira sem tomar um antibiótico. Quando descobriram a pneumonia, já tarde, os médicos decidiram entubá-la e ficaram cerca de duas horas e meia com ela no quarto", conta.
Segundo a mãe, nesse processo, a menina não resistiu. “A Evelyn estava muito bem. Foi muito rápido. Que esse vídeo sirva de alerta para todo mundo ficar de olho, porque está tendo muito caso de problemas respiratórios, especialmente em crianças que vão à escolas e creches", reitera Amanda.
O que diz a prefeitura?
Procurada pelo Estado de Minas, a prefeitura municipal de Pedro Leopoldo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, manifestou profundo pesar pelo falecimento de Evelyn.
Em nota, o órgão informou que "a paciente deu entrada no Hospital Municipal com um quadro de bronquiolite, confirmado por exames e radiografias. A evolução do quadro foi rápida e severa, compatível com casos de bronquiolite grave e infecção respiratória aguda em menores de dois anos, evoluindo para uma pneumonia, mesmo com o tratamento adequado. É importante destacar que não houve qualquer falha na prestação do atendimento médico, tampouco omissão de condutas clínicas ou istrativas".
Ainda conforme a prefeitura, desde sua entrada na rede municipal de saúde, a paciente recebeu toda a assistência necessária e compatível com os mais rigorosos protocolos clínicos vigentes, sendo atendida por equipe médica qualificada e dedicada, com e contínuo de oxigenoterapia, broncodilatadores, antibióticos intravenosos e, nos momentos críticos, ventilação mecânica e medidas avançadas de e à vida.
"Diante da necessidade de cuidados intensivos, foram realizados todos os esforços para transferência imediata da paciente para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI), com contatos diretos com os principais centros de referência da capital. Apesar das reiteradas tentativas, a indisponibilidade de leitos em toda a rede estadual impediu a remoção em tempo hábil, circunstância que extrapola a esfera de competência do município", acrescenta o executivo.
A Secretaria Municipal de Saúde ainda argumentou que todas as condutas médicas foram registradas de forma detalhada em prontuário, não havendo indício de qualquer tipo de erro ou negligência por parte da equipe profissional ou da gestão local.
Central de Internação em BH
A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de BH, que esclareceu que a paciente foi cadastrada na Central de Internação (CINT), já com mandado judicial contra o Estado de Minas Gerais, no dia 1º de maio, com quadro grave. "Assim que foi cadastrada, foi iniciada a busca por leito ininterruptamente em todos os hospitais de referência para o atendimento infantil da capital.", diz, em nota.
A gestão municipal destaca que, quando a solicitação chega à Central de Internação, o quadro clínico do paciente é avaliado por um médico regulador e, de acordo com a disponibilidade de vagas, o paciente é encaminhado para o hospital. A CINT faz busca ativa em todos os hospitais que atendem à Rede SUS-BH para definir as transferências.
Capital decreta emergência
A capital mineira também decretou situação de emergência, no dia 30 de abril, devido à situação epidemiológica. Segundo a PBH, o Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias é implantando gradativamente mediante aumento de casos e maior demanda por atendimento.
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"As ações já estão sendo ativadas e já foram abertos 30 novos leitos de enfermaria pediátrica, sendo 20 no Hospital Odilon Behrens e 10 no Hospital da Baleia", garantiu a istração municipal.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino