Tiradentes convoca moradores e turistas para discutir regras de trânsito
Gestão municipal abriu duas enquetes para ouvir a população sobre a medida de restringir o fluxo de veículos nas ruas
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Siga noA prefeitura de Tiradentes, na Região Central de Minas Gerais, está estudando limitar o trânsito e o estacionamento de veículos automotores no Centro Histórico da cidade. Para isso, a gestão pública direcionou, esta semana, duas enquetes de votação a moradores, turistas e comerciantes da cidade sobre as medidas de intervenção no fluxo de pedestres e veículos nas ruas. O executivo também tem a intenção de regulamentar dias e horários dos serviços de carga e descarga.
A primeira enquete trata da restrição do estacionamento de veículos automotores (exceto táxis e charretes) no Largo das Forras e no Centro Histórico de Tiradentes. O trecho compreende as ruas Direita, da Câmara, Jogo de Bola, Padre Toledo e da Cadeia, bem como a Praça Cívica e Largo do Sol.
A prefeitura argumenta que a proibição de estacionamento e do tráfego de veículos automotores em praças e centros históricos é comum em cidades de todo o mundo. "São símbolos da cidade e pontos de encontro para moradores, turistas e comerciantes", escreve a enquete.
A justificativa do poder público é valorizar e preservar o espaço público e o patrimônio histórico. O questionário permite votar a favor ou contra, identificando-se como morador, comerciante ou turista.
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Já na segunda enquete, a gestão afirma que não há em Tiradentes regulamentação específica para os dias e horários dos serviços de carga e descarga no Centro Histórico. "Isso faz com que entregadores realizem essas atividades a qualquer hora do dia, inclusive à noite e em fins de semana, o que tem causado transtornos para moradores, frequentadores e turistas", diz a pesquisa.
Moradores e comerciantes
Em entrevista ao Estado de Minas, o morador Luiz César Costa diz gostar da proposta pela possibilidade de controle de fluxo de carros no centro. "É uma área muito mais bonita vista a pé, sem carro. Mas depende de como isso vai ser feito, de qual logística a prefeitura vai adotar para fazer o fechamento. Isso porque temos carga e descarga de produtos e entrada de hóspedes. Mas vejo com bons olhos, principalmente por ser uma forma de valorizar a região, já que o fluxo impacta os monumentos tombados", relata Luiz César, que também istra pousadas na cidade.
Costa ainda diz que Tiradentes não possui placas suficientes de trânsito. "Por ser um espaço tombado, não tem placas para orientar sobre onde pode ou não estacionar. Isso confunde muito os turistas. A sinalização precisa melhorar para ser respeitada", acrescenta.
A empresária e representante da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na cidade, Fernanda Fonseca, também considera a ação positiva. "Tanto no sentido de preservação, visto a fragilidade do patrimônio. Em alguns momentos, nos deparamos com caminhões e veículos pesados, então acho que é uma medida fundamental para isso, desde que seja organizado", destaca.
Fernanda também diz que a medida está alinhada com o aspecto da sustentabilidade. "Isso faz com que as pessoas caminhem mais e curtam a cidade, evita o congestionamento - especialmente em épocas de grandes eventos - e faz com que as pessoas conheçam e vivam Tiradentes. Além de despejar menos detritos no meio ambiente", conclui.
Medida antiga
Em 2015, Tiradentes aplicou a medida que restringia automóveis e motos no Centro, aos fins de semana e feriados. À época, aos sábados e domingos, o Centro Histórico de Tiradentes costuma receber "em torno de 600 veículos, volume que atrapalha a circulação dos pedestres e polui a paisagem urbana", conforme noticiou o EM, no mesmo ano. Nesse período, moradores e proprietários de lojas tinham o livre diante da apresentação de uma credencial concedida pela prefeitura.
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Já para os turistas que ficassem em pousadas na área fechada, era necessário que mantivessem consigo a confirmação ou voucher emitido pelo estabelecimento de hospedagem para apresentá-la ao fiscal, na entrada da cidade.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Tiradentes para saber detalhes da medida, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino