DESMATAMENTO SEM LIMITE

Mata Atlântica mineira não está segura nem nas unidades de conservação

Minas Gerais perdeu o correspondente a 40% da área de mata Atlântica das Unidades de Conservação brasileiras e 19% de todo Bioma perdido no país

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Nem mesmo nas Unidades de Conservação (UC) de Minas Gerais a Mata Atlântica está a salvo de ser derrubada ou incinerada. O estado tem quatro das 16 UCs brasileiras com maior perda de floresta (desflorestamento) do ano de 2024, sendo também o terceiro com maior área desmatada, com perda de 2.737 hectares (ha) - o mesmo que oito Parques das Mangabeiras, em BH -, atrás da Bahia (4.717ha) e do Piauí (2.936ha).

Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e que foi lançado nesta segunda-feira (12/05) e mostra recuo no desmate de 2% no Brasil e de 14% em Minas Gerais, em relação a 2023.

O Atlas acompanha fragmentos com mais de três hectares em áreas de mata madura e por isso é capaz de verificar a situação dos parques, florestas, reservas e outros tipos de UCs.

Nada menos do que 40% das áreas de florestas de Mata Atlântica dentro de Unidades de Conservação perdidas no Brasil (310ha) estavam em Minas Gerais (124ha). A UC que mais sofreu perdas foi o Parque Nacional da Serra da Bocaina, entre São Paulo e o Rio de Janeiro, com 68ha desflorestados.

 

Foi seguido pelos mineiros Área de proteção Ambiental do Alto do Mucuri, com perda de 65ha e pelo Parque Estadual Rio Corrente, com 45ha de perdas, fechando as três piores unidades em 2024. Minas ainda figura com a perda de 10ha da Área de Proteção Ambiental Serra do Sabonetal e 4ha da Área de Proteção Ambiental Sul (RMBH).

Minas Gerais foi o terceiro estado com maior área desmatada em 2024, perdendo 2.737 hectares dos 2.800.145 que dispunha em 2023. O estado é o maior detentor do bioma no Brasil, 17% dos 16.153.190 ha totais, seguido por São Paulo (2.343.130 ha) e Paraná (2.312.239 ha).

A perda de Mata Atlântica em Minas Gerais foi 14% menor em 2024 do que em 2023, quando foram derrubados 3.193ha, deixando o estado, na época, apenas atrás do Piauí, onde foram perdidos 6.192 ha. Detalhe é que o Piauí só ou a ser considerado como tendo vegetação integrante do bioma a partir de 2008. Ao todo o Brasil perdeu 14.366 ha em 2024, número 2% abaixo da perda do ano anterior.


Minas Gerais tem também três dos 20 municípios brasileiros que mais derrubaram a Mata Atlântica em 2024, todos no norte de Minas, sendo São João do Paraíso o 11º pior resultado, com 223 ha desmatados, seguido por Águas Vermelhas, em 13º, com 193 ha, e Ninheira, em 16º, com 165 ha.

Os três municípios que mais devastaram o bioma dentro de seus territórios foram Santa Rita de Cássia (BA), com 2.350ha de perdas, Manoel Emídio (PI), com 1.465ha, e Alvorada do Gurguéia (PI), com 759ha perdidos.

A devastação nesses municípios mineiros ceifa ano a ano uma mata que já imperou na paisagem. Em São João do Paraíso, por exemplo, 99% do município se encontra nos domínios da Lei da Mata Atlântica, mas apenas 10% do território é recoberto pela floresta.



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Em Águas Vermelhas e Ninheira, o índice de pertencimento ao bioma é de 100% do território, mas o primeiro município só é coberto atualmente por 25% de mata atlântica e o segundo tem 10% de remanescentes cobrindo sua área.

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