Ataques paramilitares provocam mais de 200 mortes no Sudão

Mais de 200 civis morreram nos últimos três dias em ataques cometidos por paramilitares em duas localidades no sul do Sudão, afirmou nesta terça-feira um grupo de advogados pró-democracia.

• ONU divulga relatos dramáticos de mulheres que fugiram da violência no Sudão

Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) "atacaram civis não armados em zonas sem presença militar" nas localidades de Al Kadaris e Al Khelwat, no estado de Nilo Blanco, declarou este grupo de advogados que documenta as violações de direitos humanos desde o início da guerra entre o Exército e paramilitares no Sudão. 

• Bombardeio atribuído aos paramilitares deixa mais de 50 mortos no Sudão
• ONU alerta que mais de 30 milhões de pessoas precisam de ajuda no Sudão

As FAR realizaram execuções sumárias, sequestros e saques generalizados, segundo a mesma fonte, que acrescentou que os ataques também deixaram centenas de feridos e desaparecidos. 

Os habitantes foram alvo de disparos quando tentavam fugir cruzando o rio Nilo, onde alguns se afogaram, indicou o grupo, que qualificou os ataques como atos de "genocídio".

• Mais de três milhões de crianças correm o risco de desnutrição aguda no Sudão, diz ONU

O Sudão está mergulhado em uma guerra desde abril de 2023 entre os paramilitares das FAR, dirigidos pelo general Mohamed Hamdan Daglo, e o Exército, com o general Abdel Fatah al Burhan à frente, líder de fato do país, um dos mais pobres do mundo.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Os dois lados são acusados de abusos e crimes de guerra neste conflito, que já deixou milhares de mortos, deslocou mais de 12 milhões de pessoas e criou o que o Comitê Internacional de Resgate qualifica como "a maior crise humanitária já registrada".