Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Julia Wendell foi presa após pais de Madeleine McCann a denunciarem por assédio crédito: Reprodução
A polonesa Julia Wendell, de 23 anos, chamou a atenção do mundo ao dizer que era, na verdade, Madeleine McCann – menina de três anos que desapareceu de um resort de férias na Praia da Luz, no Algarve (Portugal), em 3 de maio de 2007. A jovem disse que foi adotada e mostrou fotos da infância, mostrando semelhança com a menina desaparecida.
Natural de Wrocaw, Julia chamou atenção ao criar um perfil no Instagram com o nome @iammadeleinemccann (Eu sou Madeleine McCann), em 2023. Ela estava em busca dos pais da garota, Kate e Gerry McCann. Um dos fatores que davam veracidade à história era que ela tinha uma mancha na íris do olho direito, que a menina desaparecida também tinha.
Na ocasião, ela fez um teste de DNA no programa do Dr. Phil (um popular talk show americano) sem o apoio de seus pais, que ela acredita serem adotivos e que nunca a apoiaram nessa história. Julia também não teve o consentimento de Kate e Gerry McCann.
O teste revelou que a jovem tinha genética polonesa e herança lituana e romena. Ou seja, o resultado mostra que ela não é Madeleine McCann.
Um dos maiores mistérios da aviação mundial ganhou um novo capítulo com a decisão do governo da Malásia de retomar as buscas pelos destroços de uma aeronave que sumiu em 2014.
Flickr Laurent ERRERA
O voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing 777 com 239 pessoas de 15 países a bordo, decolou da capital Kuala Lumpur com destino a Pequim, na China, no dia 8 de março de 2014, e desapareceu dos radares 40 minutos depois.
Brett Sayles pexels
Coube ao ministro dos Transportes da Malásia, Anthony Loke, comunicar a decisão de iniciar as buscas em uma nova região no sul do Oceano Índico. “Nossa responsabilidade, obrigação e compromisso são com os familiares das vítimas”, afirmou Loke em seu pronunciamento.
Divulgação
O governo encampou proposta da empresa de exploração Ocean Infinity, a mesma que liderou as buscas encerradas em 2018. Caso os destroços do avião sejam identificados, a companhia será recompensada com 70 milhões de dólares. O mesmo valor foi oferecido nas duas buscas de 2018, mas ambas resultaram frustrantes. Alexander Grey Unsplash
Anteriormente, em 2017, houve buscas com aviões e submarinos em trecho de 4,4 milhões de metros quadrados no sul do Oceano Índico em áreas da Malásia, Austrália e China. Com custo de 150 milhões de dólares, elas duraram 52 dias e foram canceladas sem nenhum achado.
Seicheles - Ilhas do Oceano Índico - Simisa/Wikimédia Commons
O voo de Kuala Lumpur para Pequim sumiu após desviar da rota que estava programada, seguindo para oeste por meio da Península Malaia. A suspeita é de que a aeronave seguiu para o sul após perder o contato do radar.
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A razão para o avião ter desviado de sua rota e a localização dele seguem como grandes mistérios quase 11 anos após o desaparecimento.
Auckland Photo News Rodger McCutcheon/Wikimedia Commons
A série de buscas no Oceano Índico deve-se ao fato de algumas autoridades acreditarem que o avião possa ter sofrido pane seca após horas de voo sem rumo. No entanto, nenhuma vítima ou destroços foram detectados nessas procuras.
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As buscas pelo paradeiro do avião, desta vez com auxílio da Ocean Infinity, foram retomadas no ano seguinte como resposta à pressão de familiares de ageiros de tripulantes desaparecidos. Foram meses de trabalho sem nenhuma resposta, mais uma vez.
Md Shaifuzzaman Ayon/Wikimedia Commons
Ao longo do tempo, foram encontrados alguns pedaços de destroços que suspeita-se serem do avião desaparecido. Eles estavam em áreas da costa da África, assim como nas ilhas de Madagascar, Maurício, Reunião e Rodrigues.
reprodução
Em 2018, as autoridades de investigação divulgaram relatório de 495 páginas sem oferecer respostas para o caso, deixando as famílias desorientadas. Reprodução
Após mais de uma década desde o desaparecimento da aeronave, especulações e teorias ainda persistem nas redes sociais. Alan Wilson/Wikimedia Commons
Um comunicado oficial emitido pela empresa responsável pelo voo revela que a trajetória da aeronave foi deliberadamente ajustada na direção do Mar de Andaman, localizado ao sul da Birmânia. wikimedia commons Vyacheslav Argenberg
Os dados provenientes de um radar militar sugerem que o voo MH370 possivelmente seguiu rumo ao Oceano Índico e à Antártida por um período de seis horas, até despencar devido à falta de combustível. Sangga Rima Roman Selia Unsplash
Apesar dessas evidências, teorias conspiratórias não pararam de pipocar na internet, abrangendo desde abdução alienígena até explosões ou um atentado envolvendo Estados Unidos ou Rússia. Veja as principais! Thomas Budach por Pixabay
Sequestro no ar - Uma das principais hipóteses ganhou força a partir do mistério envolvendo uma carga que estava a bordo do avião. Segundo os investigadores, uma carga de mais de 90 kg, cujo conteúdo é desconhecido, foi acrescentada ao registro de carga do voo com destino à China. Clique Images Unsplash
Uma das teorias conecta essa carga e um material supostamente vinculado às atividades de inteligência chinesa. A sugestão é de que a aeronave teria sido sujeita a um possível sequestro ou até mesmo abatida por caças americanos. wikimedia commons Md Shaifuzzaman Ayon
Alienígenas - Em 2018, um usuário das redes sociais causou grande alvoroço no Twitter (atual X) ao divulgar mensagens, tanto em texto quanto em código Morse, que aparentemente continham coordenadas geográficas de um local na Indonésia. Inicialmente, essas coordenadas foram relacionadas a teorias de abdução alienígena por um veículo de comunicação americano. Albert Antony Unsplash
A teoria logo foi refutada após uma investigação apontar que as mensagens eram na verdade parte de uma brincadeira de mau gosto realizada na Índia, utilizando um serviço de transmissão de voz pela internet conhecido como VOIP (Protocolo de Internet). Stephen Leonardi Unsplash
Explosivos - Em princípio, a aeronave deveria conter 200 kg de baterias de lítio. No entanto, investigadores sugerem que a quantidade real poderia chegar a 2.000 kg. Com base nesse dado, uma das teorias formuladas sugere a possibilidade de uma série de explosões que resultaram na despressurização do avião. Roberto Sorin Unsplash
Piloto terrorista - Uma das especulações sugeriu que o desaparecimento do MH370 resultou de um plano concebido pelo piloto Zaharie Ahmad Shah, que teria a intenção de cometer suicídio e ass os ageiros. Essa suposição ganhou força após as investigações indicarem que as alterações na rota da aeronave e a desativação dos sistemas de comunicação foram realizadas de forma manual. aleb Woods Unsplash
No entanto, o governo da Malásia assegurou ter investigado minuciosamente o comportamento do piloto e do copiloto antes da decolagem. Eles alegaram não terem encontrado nenhum indício de comportamento suspeito dos dois. ThisIsEngineering por Pexels
Plano russo - Uma das hipóteses concebidas sugere que o avião tenha sido interceptado por militares russos, possivelmente como uma manobra para desviar a atenção pública, que estava concentrada à época na ocupação da Crimeia pelo exército de Moscou. Ant Rozetsky Unsplash
Esta teoria ganhou respaldo principalmente porque, cerca de quatro meses após esse evento, outra aeronave da Malaysia Airlines, a MH17, foi derrubada por um míssil de origem russa enquanto sobrevoava o território ucraniano. Divulgação Lockheed
No entanto, agora ela revelou que fez outro exame genético, que apontou que ela e Gerry McCann têm 70% do mesmo material genético. Para esse novo teste, ela diz ter usado uma amostra de DNA de Gerry, obtida pela polícia em 2007 do quarto da menina desaparecida.
Em meio a isso, os pais de Madeleine se sentiram incomodados com o assédio de Julia e a denunciaram para a polícia. Julia foi presa há duas semanas, no Aeroporto de Bristol, na Inglaterra. Segundo o Daily Mail, a jovem tinha vindo da Polônia para encontrar uma amiga e, assim que pousou, foi cercada por policiais na frente dos ageiros.
Julia Wendell enfrenta quatro acusações de assédio. De acordo com o The Guardian, as denúncias estão relacionadas a várias ligações, mensagens e uma carta enviada para os pais de Madeleine. A jovem também teria entrado em contato com Amelie e Sean McCann (irmãos da menina desaparecida) pelo Instagram.
Sem lembranças da infância
Julia diz que não tem lembranças de sua infância e nunca viu sua certidão de nascimento. Por isso, questiona a própria identidade. Em entrevistas, ela declarou que sua primeira memória é de férias em um lugar quente, com praias e prédios de cores claras, mas ela diz que não vê seus pais naquele flashback.
Sua mãe, Dorota Wandelt-Cholewinski, e seu padrasto, Piotr Cholewinski, vieram a público desacreditar a filha, dizendo que ela cresceu em um “ambiente abastado” na Polônia e frequentou boas escolas. A mãe é uma empresária de sucesso que istra uma rede de lojas de roupas, e o padrasto trabalha no setor financeiro.
Uma ex-colega de escola de Julia disse, em entrevistas na época, que, desde a adolescência, ela demonstrou um comportamento "incomum", inclusive alegando que não era filha biológica de sua mãe e que poderia ser uma criança desaparecida. A amiga disse que essas declarações não são novas e que refletem a “instabilidade emocional da jovem”.
De acordo com o Daily Mail, Julia mudou a história várias vezes, até mesmo alegando que poderia haver outras meninas desaparecidas antes de se concentrar no caso Madeleine McCann. Em entrevista à BBC, em 2024, a jovem pediu desculpas à família McCann, dizendo lamentar ter causado dor aos familiares de Madeleine. Isso foi meses antes do novo teste de DNA, que levou à denúncia de assédio e à prisão de Julia.