Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Senador Cory Booker discursou por 25 horas e 5 minutos crédito: AFP
O senador democrata norte-americano Cory Booker bateu, na terça-feira (1º/4), o recorde do discurso mais longo no Senado dos Estados Unidos. Ele ultraou as 25 horas, em um protesto contra a agenda do presidente Donald Trump.
“Os nossos eleitores pedem para reconhecer que isto é uma crise. Por isso, vou ficar aqui até não poder mais”, afirmou no início de sua fala. O “discurso maratona” começou na noite de segunda-feira e ultraou a marca de 24 horas e 18 minutos do senador Strom Thurmond, estabelecida em 1957.
Com 25 horas e cinco minutos, Booker agora detém o recorde do Senado. Diferente de outras ocasiões em que longos discursos foram utilizados para obstruir votações, a fala de Booker não bloqueou procedimentos legislativos específicos, sendo um protesto contra as políticas da istração Trump.
Aos 55 anos e ocupando o cargo de senador desde 2013, Booker iniciou sua fala por volta das 19h de segunda-feira, comprometendo-se a falar “enquanto fisicamente capaz”. Durante o discurso, ele leu cartas de eleitores prejudicados pelas políticas do governo, condenou medidas como guerras comerciais, demissões em massa, deportações e ameaças ao Medicaid. Para ar a resistência física necessária, Booker afirmou ter parado de comer na sexta-feira e de ingerir líquidos no dia anterior ao discurso.
Durante sua fala, Booker citou figuras históricas, como o congressista e ativista dos direitos civis John Lewis, e fez referência à importância de se levantar diante de crises. “Eu me levanto hoje de uma maneira incomum”, declarou. Ele evocou o chamado de Lewis para "entrar em problemas bons, problemas necessários, ajudar a redimir a alma da América".
O governo do presidente dos Estados Unidos Donald Trump está promovendo um ataque à Lei de Espécies Ameaçadas (ESA, na sigla em inglês) e às agências de proteção à vida selvagem, o que pode levar várias espécies à extinção. flickr/Gage Skidmore
O objetivo é facilitar projetos de infraestrutura, como petróleo e gás, reduzindo as proteções ambientais. Divulgação
Trump criou um "esquadrão de Deus", um comitê com poder para anular proteções da ESA, e cortou empregos e financiamentos essenciais para a preservação de espécies. Reprodução/TV Globo
A ESA, que desde 1973 protegeu quase 99% das espécies listadas, está sob forte pressão da indústria e de legisladores republicanos, que buscam revisões para facilitar projetos industriais. Reprodução/Instagram
A ESA é considerada uma das leis ambientais mais eficazes, tendo salvado espécies como águias-americanas e ursos-pardos. flickr - Andy Morffew
Republicanos no Congresso também buscam enfraquecer leis ambientais, usando decisões da Suprema Corte como justificativa. wikimedia commons/creative commons/???
Defensores da vida selvagem começaram a se preparar para uma batalha crucial pela sobrevivência das espécies. Veja animais que se encontram ameaçados de extinção! montagem/wikimedia commons
Tigre-de-Sumatra: Encontrado apenas na ilha de Sumatra, na Indonésia, este tigre está ameaçado principalmente pela perda de habitat devido ao desmatamento para plantações de palma e pela caça ilegal. wikimedia commons/NasserHalaweh
Rinoceronte-de-Java: Restam apenas cerca de 70 indivíduos, principalmente no Parque Nacional Ujung Kulon, na Indonésia. A caça ilegal por seus chifres é a principal ameaça. Hans Stieglitz - wikimedia commons
Gorila-das-Montanhas: Encontrado nas florestas montanhosas da África Central, sua população é estimada em cerca de 1.000 indivíduos. A caça e a perda de habitat são as principais ameaças. wikimedia commons/
Charles J. Sharp
Orangotango-de-Tapanuli: Descoberto em 2017, essa espécie vive apenas no norte de Sumatra e tem menos de 800 indivíduos. Está ameaçada pela destruição florestal e projetos hidrelétricos. Tim Laman/wikimedia commons
Arara-azul-de-lear: Endêmica do Brasil, esta arara está ameaçada pela captura ilegal para o comércio de animais de estimação e pela perda de habitat. flickr - Marcos Pereira
Condor-da-Califórnia: Este pássaro, que já foi amplamente distribuído na América do Norte, foi reduzido a poucas dezenas de indivíduos devido à caça, envenenamento por chumbo e perda de habitat. flickr - Stacy
Tartaruga-de-couro: A maior de todas as tartarugas marinhas, está ameaçada pela captura acidental em redes de pesca, poluição dos oceanos e mudanças climáticas que afetam seus locais de desova. flickr - U.S. Fish and Wildlife Service Southeast Region
Dragão-de-Komodo: Encontrado apenas em algumas ilhas da Indonésia, este lagarto gigante está ameaçado pela perda de habitat e pela redução de suas presas naturais. Mark Dumont/wikimedia commons
Vaquita: Pequeno golfinho nativo do Golfo da Califórnia, México, com menos de 10 indivíduos restantes. A pesca com redes ilegais, usadas para capturar totoabas, está levando a espécie à extinção. Divulgação/ Greenpeace
Sapo-dourado: Endêmico da Costa Rica, este sapo está possivelmente extinto na natureza, com o último avistamento confirmado em 1989. A mudança climática e a doença fúngica quitridiomicose são as principais causas de seu declínio. wikimedia commons/Charles H. Smith
Salamandra-gigante-da-China: A maior salamandra do mundo, está ameaçada pela caça excessiva para alimentação e pela perda de habitat devido à poluição dos rios. wikimedia commons/creative commons/J. Patrick Fischer
Atum-azul: Altamente valorizado no mercado de sushi, este peixe está ameaçado pela pesca excessiva. Medidas de conservação têm sido implementadas, mas sua população continua em declínio. wikimedia commons
Diego Delso
Peixe-boi-marinho: Encontrado em águas costeiras e rios das Américas, está ameaçado por colisões com embarcações, perda de habitat e poluição. NOAA
Elefante-de-sumatra: Com uma população de cerca de 2.800 indivíduos, sofre com a perda de habitat e caça ilegal por suas presas de marfim. wikimedia commons/creative commons/Afrianto silalahi
Apoiado por outros senadores democratas, Booker manteve-se no plenário sem poder sair, sob risco de encerrar sua intervenção. Ao longo do discurso, ele recebeu incentivo de membros do Congresso, que compareceram ao Senado para observá-lo.
A marca histórica foi atingida às 19h19 no horário local, mas o senador seguiu falando até as 20h05. Ao quebrar o recorde, ele foi aplaudido no plenário. O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, destacou o feito. “Você sabe o quanto essa bancada tem orgulho de você? Você sabe o quanto a América tem orgulho de você?”, disse.
Ao superar o recorde de Thurmond, que discursou contra os direitos civis em 1957, Booker destacou o contraste entre as motivações de ambos. “Estou aqui apesar do discurso dele. Estou aqui porque, por mais poderoso que ele fosse, o povo era mais poderoso”, pontuou.
Booker concluiu sua fala afirmando que momentos críticos exigem persistência e determinação. “Momentos como este exigem que sejamos mais criativos ou mais imaginativos, ou apenas mais persistentes, obstinados e determinados”, finalizou.