SpaceX registra imagens inéditas da região polar da Terra: ‘Branco puro’
Missão especial é a primeira a levar humanos para região polar e chama atenção, porque é uma viagem requer muito mais combustível do que as rotas de voo usuais
Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
O vídeo de tirar o fôlego foi feito nessa quarta-feira (2/4) e mostra a paisagem coberta de neve da Antártida, enquanto a tripulação do foguete irava o cenário tranquilo a 460 km acima do continente mais ao sul e menos populoso do mundo.
"Olá, Antártida. Ao contrário do previsto anteriormente, de 460 km acima, é apenas branco puro, nenhuma atividade humana é visível", escreveu o chinês Chun Wang, um dos membros da tripulação, no X, junto a um vídeo de seis minutos em que é possível ver a paisagem.
Em um ponto do vídeo, Wang colocou seus pés cobertos de meias na janela da cúpula da nave espacial e começou a andar para cima e para baixo com a terra ao fundo. "Nós chamamos isso de caminhada espacial", brincou, arrancando risadas dos companheiros da missão.
A tripulação também compartilhou outro vídeo na terça-feira, mostrando como era a paisagem. O fundador da SpaceX, Elon Musk, elogiou os exploradores espaciais nas redes sociais como "os primeiros astronautas a orbitar os polos".
Uma falha no lançamento da Starship, que pertence à SpaceX, lançou uma chuva de destroços no ar dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16/01). reprodução
Oito minutos após a decolagem, o controle de missão perdeu contato com a nave, que transportava sua primeira carga de teste com satélites simulados. reprodução/spacex
O lançamento ocorreu no Texas, às 19h38 (horário de Brasília). Assim como todos os anteriores, esse voo da Starship não era tripulado. reprodução/spacex
A falha forçou voos comerciais no Caribe a desviarem de suas rotas por questão de segurança. Sangga Rima Roman Selia Unsplash
Imagens captadas pela Agência de Notícias Reuters mostram bolas de luz laranja deixando rastros de fumaça no céu de Porto Príncipe, no Haiti. montagem/reprodução redes sociais
"Perdemos toda a comunicação com a nave. Isso nos diz que tivemos uma anomalia com o estágio superior", explicou Dan Huot, gerente de comunicação da SpaceX. reprodução/spacex
Pelo menos 20 voos comerciais precisaram ser desviados ou ter suas rotas alteradas, segundo o FlightRadar24. reprodução/flightradar24
No Aeroporto Internacional de Miami, alguns voos tiveram que ser cancelados. flickr - Sharon Hahn Darlin
Este foi o sétimo teste da Starship realizado pela SpaceX. Os estudos previam um pouso controlado no Oceano Índico, cerca de uma hora após seu lançamento do Texas. Divulgação
A última falha similar da Starship ocorreu em abril de 2023. Na ocasião, após um problema nos motores, a empresa precisou ativar um sistema de autodestruição. Reprodução/Twitter SpaceX
Em novembro/23, o Super Heavy (propulsor) explodiu, mas depois de se separar da nave. reprodução/spacex
Outros quatro testes ocorreram em 2024, sendo o último em novembro. Na ocasião, o foguete não conseguiu retornar para a plataforma de lançamento e acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento. reprodução/spacex
Dessa vez, Elon Musk, CEO da SpaceX, sugeriu que o problema pode ter sido causado por vazamento de oxigênio e combustível. Victor Gonzalez Couso - Flickr
"O sucesso é incerto, mas o entretenimento é garantido!", disse o bilionário em um vídeo publicado nas redes sociais. Reprodução do Instagram @elonmusk
Esse lançamento representou a primeira tentativa de implantação de satélites da Starlink, serviço de internet da SpaceX. divulgação
Apesar da falha, o da Nasa, Bill Nelson, elogiou a empresa pelo teste. "O voo espacial não é fácil. É tudo menos rotina. É por isso que esses testes são tão importantes — cada um nos aproxima do nosso caminho para a Lua e em direção a Marte", escreveu. Bill Ingalls - Nasa
Para o 7º teste, a nave recebeu diversas atualizações, incluindo melhorias no sistema de propulsão, componentes eletrônicos, sensores e câmeras, oferecendo mais de 30 ângulos de monitoramento. reprodução/spacex
Os testes representam parte do esforço multibilionário de Elon Musk para desenvolver um foguete capaz de transportar humanos e cargas para Marte, além de lançar grandes lotes de satélites. Victor Gonzalez Couso/Flickr
Embora a abordagem de testes da empresa frequentemente leve os protótipos ao limite, a falha desta quinta-feira (16/1) ocorreu em uma fase já concluída com sucesso anteriormente. reprodução/spacex
O foguete Super Heavy, por sua vez, completou seu retorno à plataforma de lançamento aproximadamente sete minutos após a decolagem, seguindo o plano previsto. reprodução/spacex
No mesmo dia (16/1), a Blue Origin, de Jeff Bezos, realizou o primeiro voo orbital do foguete New Glenn. wikimedia commons/U.S. Space Force 45SW by Senior Airman Samuel Becker
A expedição chama atenção, porque uma viagem para os polos terrestres requer muito mais combustível do que as rotas de voo usuais que seguem mais perto do equador. A missão, chamada Fram2, terá como objetivo circundar a Terra em uma trajetória que é exatamente 90 graus em relação ao equador, dando aos ageiros uma visão perfeita dos Polos Norte e Sul que nunca tinham sido visitados por astronautas.
Além disso, toda a tripulação é civil e nenhum dos ageiros tinha estado no espaço antes. "A viagem para a órbita foi muito mais suave do que eu esperava", disse Wang, que financiou a missão, em um post nas redes sociais.
Wang relatou que as primeiras horas em órbita fizeram com que a tripulação experimentasse uma onda desconfortável de náusea e vômito. No entanto, poucas horas depois, ele contou que se sentia "completamente revigorado".
Além de Chun Wang, a tripulação inclui o comandante do veículo Jannicke Mikkelsen, da Noruega; o piloto da missão Rabea Rogge, da Alemanha; e o oficial médico da missão Eric Philips, da Austrália; todos escolhidos a dedo pelo bilionário para realizar suas ambições de vida e curiosidade pelas regiões polares.
A espaçonave voará ao redor do globo por três a cinco dias, com a tripulação pronta para completar 22 experimentos científicos relacionados à fisiologia humana em órbita para pesquisadores na Terra. Eles devem pousar na costa da Califórnia no final da semana.