
Namorada de dono do Porsche nega que ele tenha bebido antes do acidente
Namorada de Fernando Sastre, condutor do Porsche que matou motorista de aplicativo em SP, deu seu depoimento sobre discussão antes de acidente
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Siga noA namorada do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, condutor do Porsche que bateu na traseira do Renault Sandero e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, na madrugada do dia 31 de março, negou em depoimento, nessa terça-feira (9/4), que ele tenha ingerido bebida alcoólica antes do acidente.
O depoimento dela contraria o que disse outra testemunha, namorada de Marcus Vinicius Machado Rocha, de 22, ageiro do Porsche e que está internado. A namorada de Rocha, Juliana de Toledo Simões, afirmou que eles beberam drinques durante o jantar.
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Giovanna Pinheiro Silva, a namorada de Sastre, foi depor acompanhada de seu advogado e da advogada que defende o empresário. Ela confirmou ao delegado Nelson Vinicius Alves que os dois casais saíram para jantar, mas disse que apenas ela e Rocha beberam drinques. Sastre e a namorada de Rocha não teriam bebido porque estavam dirigindo.
Outra testemunha, de um grupo que ava de carro pelo local e parou para prestar ajuda, declarou no último dia 3 que Sastrea presentava sinais de embriaguez, cambaleava e tinha fala pastosa.
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No depoimento desta terça, Giovanna Silva afirmou que os dois namoram há oito anos e têm um combinado de que quando um bebe o outro não ingere bebida alcoólica.
Ela afirmou que o namorado não bebeu nenhum tipo de bebida alcoólica enquanto estava na casa de pôquer para onde foram após o jantar porque ele não gosta de beber enquanto joga para não perder a atenção.
A namorada de Sastre disse que começou a pedir para ir embora, mas ele não queria porque estava ganhando. Ela ou a insistir até que ele decidiu ir embora, ficando "bastante alterado e irritado, iniciando uma forte discussão, por também se irritar com facilidade", segundo trecho do relato do depoimento.
Após a discussão, segundo o depoimento, ficou combinado que Sastre iria no carro com Rocha e ela iria no outro veículo com a amiga.
Estado de choque
Giovanna Silva disse que após o acidente tanto Sastre quando Rocha estavam em estado de choque e não sabiam dizer o que estava acontecendo.
Afirmou que, depois de um tempo, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário, chegou muito nervosa. A sogra, segundo ela, perguntou aos policiais se não iriam socorrer Sastre, mas recebeu como resposta a informação de que já não tinha mais equipes de resgate no local. Daniela, então, perguntou se poderia levá-lo ao hospital pois não sabia se havia ocorrido algo grave. Os policiais pegaram os dados dos dois e permitiram que fossem embora.
A namorada foi junto com Sastre e mãe para a casa deles. Sastre foi tomar banho porque estava ensanguentado. A mãe dele estava muito nervosa e tomou um remédio. Disse que, antes de "apagar", Daniela ligou duas vezes para o telefone que o policial havia informado, para saber o que poderia fazer pois estava nervosa com a situação, mas não foi atendida e dormiu com o efeito do remédio.
Ela afirmou ainda que não podia fazer nada porque havia ingerido bebida alcoólica e foi descansar com Sastre. Ao acordarem para ir ao hospital, começaram a receber, de acordo com o depoimento, muitas ameaças por diversas redes sociais e mensagens agressivas, por isso, não tiveram a menor condição de saírem ou ir ao hospital.
Relembre o caso
A colisão aconteceu na avenida Salim Farah Maluf por volta das 2h do dia 31 de março. Sastre perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
O empresário foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia apenas na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
O Ministério Público afirma que a mãe do empresário que causou o acidente tentou atrapalhar as investigações. De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe.