
RS: Exército avalia auxílio emergencial a militares afetados por tragédia
Estudos ainda estão em fase inicial, mas a expectativa é que um dos relatórios seja apresentado nas próximas semanas
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Siga noO comandante do Exército, general Tomás Paiva, determinou que a Força estude a viabilidade de conceder um auxílio emergencial para os militares afetados pelos temporais no Rio Grande do Sul. Os estudos ainda estão em fase inicial, para identificar quantos militares foram atingidos e o impacto orçamentário da medida. A expectativa é a de que um relatório com os dados seja apresentado ao comandante nas próximas semanas.
O Exército já possui uma portaria que estabelece as regras para a concessão do auxílio emergencial financeiro para militares da ativa, reserva e reformados. O texto, de 2022, permite o envio de recursos para "custear despesas relacionadas à área de saúde e aquelas causadas por sinistro, a fim de restabelecer as condições mínimas financeiras e sociais".
O valor máximo estabelecido pela portaria é de seis vezes o soldo do segundo-tenente — montante que chega a R$ 44.940. Oficiais ouvidos pela Folha, sob reserva, afirmaram que o auxílio não deve chegar perto do teto, já que são muitos os militares afetados e o orçamento de investimento da Força é o menor em uma década.
"Mediante autorização do Comandante do Exército, por proposta do Chefe do DGP [Departamento-Geral de Pessoal], estes limites de concessão do benefício poderão ser ultraados em casos excepcionais, devidamente fundamentados, desde que haja disponibilidade de recursos orçamentários e que seja caracterizado o aspecto essencial, emergencial e/ou eventual", diz trecho da portaria.
Um dos desafios para a concessão do auxílio emergencial para os militares do Exército é a quantidade de oficiais e praças nas fileiras do Sul. Há cerca de 45 mil militares ativos no Comando Militar do Sul — pouco mais da metade (23 mil) composto por soldados, cujos salários são mais baixos.
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Dos 20 mil militares empregados na operação conjunta das Forças Armadas para auxiliar no resgate de vítimas e transportes de doações para o Sul, 12 mil são do Exército. Há casos de militares desabrigados ou enfrentando efeitos diversos das enchentes, como falta de água e luz.
O general Tomás Paiva afirmou avaliar a situação dos militares durante entrevista na última sexta-feira (10/5). "Eu estou preocupado em ver como atender essas pessoas também. Falei com meu chefe do Departamento-Geral de Pessoal para ver se a gente consegue dar um auxílio financeiro, não indenizável, para que o cara possa recomeçar sua vida", disse.
"O camarada saiu com a sua trouxa na cabeça, com seu uniforme, seu coturno. Deixou sua família na casa de um amigo, num abrigo, e está agora trabalhando, com motivação, o tempo todo, ajudando as pessoas."