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EM MINAS

Ao trazer Pacheco para perto, Lula pode frear Zema

A aproximação pública e publicizada entre o pessedista e o petista tira do Executivo mineiro salvo-conduto para atacar o governo federal

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Ao tornar público seu interesse em apoiar o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para o governo de Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou mais um patamar em suas recentes trocas de farpas com Romeu Zema (Novo), desta vez, já localizando o embate no palco das eleições de 2026.

Até aqui, o senador serviu como uma espécie de cinto de segurança para o governador em suas pesadas críticas ao Planalto. A aproximação pública e publicizada entre o pessedista e o petista tira do Executivo mineiro salvo-conduto para atacar o governo federal e obrigará a gestão do partido Novo a bancar as próprias brigas.


Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, concedida como um movimento da nova coordenação da comunicação do Planalto, Lula disse que não poderia adiantar informações sobre a reforma ministerial, mas quer Pacheco no governo de Minas. A informação não é novidade, mas o presidente não costumava dizer abertamente sobre seu interesse em organizar uma campanha do senador para o Executivo do segundo maior colégio eleitoral do país.


Pacheco é o arquiteto do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). Zema sabe que precisa aderir ao projeto para avançar rumo à solução da caótica situação fiscal do estado, mas usou vetos feitos por Lula a pontos não integrantes da ideia original para se posicionar politicamente como um crítico do petista e colocar o Planalto como um inimigo dos estados. Nesse movimento, o presidente do Senado foi poupado.


“O Propag foi sancionado, mas os vetos do presidente Lula deixam os estados muito prejudicados. Parabenizo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pelo esforço. Já o governo federal prefere se ar por bom samaritano, mas, ao invés de cortar gastos, joga a conta pros estados”, escreveu o vice-governador Mateus Simões (Novo) logo após a publicação da sanção parcial do programa.

Na mesma semana, um dia após dizer que não aderiria ao Propag caso os vetos de Lula fossem mantidos e voltar atrás logo depois, Zema também acenou ao senador. “O projeto muito bom do senador Rodrigo Pacheco, que nós acreditávamos e ficamos satisfeitíssimos, foi totalmente mutilado pelo governo federal”, disse.


Zema está agora em empreitada para tentar provar que sua força vai além das palavras e se materializa na derrubada dos vetos feitos ao Propag. Para isso, ele precisa reunir as bancadas dos estados endividados para votar em bloco contra as decisões de Lula. A tarefa não será fácil. Só em Minas Gerais, o PT tem 10 parlamentares, sendo Reginaldo Lopes e Rogério Correia como vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados.

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A difícil missão de liderar a articulação de Zema em Brasília tinha em Pacheco um dos trunfos para viabilizar a inclusão dos vetos na lista de temas da Casa. Mesmo de saída do cargo, o mineiro terá na presidência da Casa Alta do Congresso seu aliado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o que mantém sua relevância, ao menos para pautar as discussões.


A manifestação pública de Lula sobre sua predileção por Pacheco para o governo mineiro pode abrir um novo momento na política eleitoral do estado. Fora do cargo de presidente do Congresso, o pessedista precisará de espaço nos holofotes de outras formas e ser apadrinhado pelo presidente não é má ideia.


Por outro lado, se colocar como o nome lulista na disputa pelo estado automaticamente coloca Pacheco em rota de colisão com Zema. O governador mineiro já se embrenhou tão fundo na narrativa antipetista que tentar amenizar o discurso agora pareceria mais um recuo acovardado do que um lapso momentâneo de razão. E, no aspecto mais pragmático, junto de Lula, o senador não usará sua influência pela derrubada dos vetos.


Pacheco ainda se mostra reticente ao encampar a candidatura ao governo mineiro, mas, para Lula, é boa alternativa em um deserto cenário incipiente de disputa do centro à esquerda e concorrido à direita por nomes como Mateus Simões, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Por ora, o movimento do Planalto ao menos enfraquece discursivamente a sanha antipetista de Romeu.

Corrida pelas comissões

O novo presidente da Câmara de BH, Juliano Lopes (Podemos), deve definir até este sábado (1º/2) a composição das comissões permanentes da Casa. Uma das parlamentares mais vocais sobre sua intenção é Marcela Trópia (Novo), que pleiteia uma vaga na Comissão de Orçamento e Finanças: “Como secretária-geral da Câmara, entre 2023 e 2024, já contribuí para facilitar a fiscalização orçamentária tanto por parte dos vereadores quanto da própria população. Em parceria com a Fundação Dom Cabral, atuei para a implementação do site BH Pra Você, que traz, numa linguagem simples e ível, os gastos públicos da capital mineira”.


Obras na BR-381

A cerimônia de assunção das obras de duplicação da BR-381 pela concessionária comandada pelo consórcio 4UM Investimentos será realizada na estrada na altura de Belo Oriente, em 6 de fevereiro. O evento estava previsto para Ipatinga, mas mudou de local.

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São esperados os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), e dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL). Deputados do PT mineiro tentam garantir uma visita do presidente Lula às obras na Rodovia da Morte ainda no próximo mês.

Últimos detalhes

A Câmara Municipal de BH está na fase de últimos ajustes para dar largada à nova legislatura. A pauta da Casa já começa com 36 projetos pendentes de 2024, sendo 18 em primeiro turno, 15 em segundo turno e três em turno único. Dois vetos da Prefeitura de Belo Horizonte também estão na pauta. Às matérias serão somados 18 novos projetos de lei protocolados já neste ano.

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