EXECUTIVO

De olho em 2026, vice-governador de Minas triplica sua agenda pública

Apontado por Romeu Zema como nome ideal para a sua sucessão, Mateus Simões ampliou compromissos abertos nos primeiros 100 dias deste ano

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Após dois mandatos consecutivos, é natural que um chefe de Poder Executivo no Brasil articule a eleição de um aliado para sucedê-lo, a fim de se manter influente no poder. Nesse cenário, os vices são os nomes óbvios na linha sucessória.

Em Minas Gerais, Mateus Simões (Novo) surge, a um ano e meio do pleito de 2026, como o candidato de continuidade do governo de Romeu Zema (Novo). E as agendas oficiais de ambos mostram que o trabalho de posicionar os holofotes sobre o aspirante a mais quatro anos no comando do estado já começou.

Quase sempre menos conhecidos do que os titulares, os vices têm como desafio eleitoral inicial se tornar conhecidos da população. Uma análise das agendas públicas do Executivo mineiro em 2025 mostra que Zema e Simões já estão com o pé na estrada para resolver essa primeira questão.

O Estado de Minas levantou informações sobre as agendas públicas de ambos durante 200 dias, os 100 últimos de 2024 e os 100 primeiros de 2025. Neste ano, a presença de Simões em eventos abertos à imprensa e à população quase triplicou em relação ao período anterior.



O governo de Minas Gerais não mantém um histórico ível das agendas de Simões e Zema. Os compromissos de ambos são publicados no dia vigente e, depois, ficam indisponíveis para consulta. De acordo com a assessoria do Executivo, porém, as sugestões de pauta enviadas à imprensa reúnem as ocasiões em que o governador e o vice participaram de eventos públicos.

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Paulinho Miranda


Entre 22 de setembro e 31 de dezembro de 2024, os 100 dias derradeiros do ano, Mateus Simões participou de 13 compromissos públicos. Em quatro deles, ocupava o cargo de governador em exercício durante viagens de Romeu Zema à China, ao Azerbaijão e a Portugal. Já no período inicial deste ano, entre 1º de janeiro e 11 de abril, o total de agendas subiu para 37, um aumento de 184%, quase o triplo.

As agendas em que Zema representou o estado sozinho também aumentaram no início deste ano em relação ao fim de 2024. Contudo, a variação do governador foi bastante inferior à do vice. Nos últimos 100 dias de 2024, ele participou de 34 eventos abertos ao público e à imprensa. O número aumentou para 44 no início deste ano, uma elevação de quase 30%.

À reportagem, Mateus Simões justificou sua rotina de agendas pelo estado como estratégia para se manter próximo da população e entender suas demandas. Ele afirmou também que a grande quantidade de cidades no estado obriga que ele e Zema dividam sua rotina de visitas. O vice-governador não comentou o aumento na quantidade de compromissos em 2025.

“As minhas participações em agendas em BH e no interior de Minas Gerais são não só para continuar próximo da população, como para acompanhar a realidade e as demandas de cada região, a partir do diálogo constante com os moradores, gestores municipais e setor produtivo”, declarou Simões.

“Como vice, é meu papel dividir com o governador a responsabilidade de checar, in loco, a implementação de políticas públicas, inclusive a entrega de obras. Estamos falando de 853 municípios – impossível que um gestor público consiga estar em todas as localidades do estado. Isso demonstra o nosso compromisso com Minas Gerais”, completou.



Pretensões eleitorais

Pelo que indicam as incipientes pesquisas eleitorais, Mateus Simões terá grandes desafios para se cacifar como o nome da continuidade ao governo Zema em 2026. Até outubro do ano que vem, no entanto, ele terá tempo para se tornar mais conhecido da população. A disputa à direita é a mais acirrada a cerca de um ano e meio da eleição.


De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas divulgado em 3 de abril, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) lideram os cenários estimulados em que são citados como possíveis candidatos ao governo estadual. Nos dois recortes, o vice-governador tem 3% das respostas e aparece atrás do ex-prefeito de BH Alexandre Kalil e do senador Rodrigo Pacheco (PSD).

A pesquisa não difere da divulgada pela Genial/Quaest em fevereiro, na qual Cleitinho lidera com 33%, seguido por Alexandre Kalil (16%), Rodrigo Pacheco (8%), e só então aparece Mateus Simões (4%).

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Além de mais presente nos eventos oficiais do estado, Simões tem se movimentado nos bastidores para modular sua imagem eleitoralmente. Uma das primeiras medidas foi abandonar a designação “Professor Mateus”, usada nas urnas em 2022 e nos comunicados institucionais. Desde 2025, o vice de Zema optou por ser chamado pelo seu nome e sobrenome.

Nos bastidores, Simões também trabalha para ter assessoria e marqueteiro próprios, sem conexão com a nova equipe que trabalha com Zema. O grupo que cuida da comunicação do governador, contratado pelo partido Novo e comandado por Renato Pereira, aposta em abordagem antipetista mais agressiva e flerte constante com o bolsonarismo. O vice, por outro lado, mira a figura de um político mais conciliador e técnico.  


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