Após escândalo envolvendo um esquema ilegal de descontos de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ministro Carlos Lupi (PDT), que estava à frente da pasta da Previdência Social, deixou o cargo nesta sexta-feira (2/5). Apesar da ausência de provas de sua participação nas fraudes, Lupi afirmou em suas redes sociais que "entregou" o cargo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e destacou que apoiou as investigações desde o início. 

O ministro e o presidente teriam se encontrado nesta tarde, de acordo com auxiliares do governo. Segundo um interlocutor do ministro, o chefe da Previdência está "muito desconfortável" desde o anúncio da escolha do novo presidente do INSS, da qual ele não participou. Lupi é o 11° ministro de Lula a deixar o cargo nessa gestão.

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— Carlos Lupi ???????????? (@CarlosLupiPDT) May 2, 2025 " target="_blank">

Interlocutores do presidente fazem questão de lembrar que o esquema foi instalado em governos anteriores. Frisam ainda que as investigações foram iniciadas na gestão de Lula, incluindo agora a escolha de um novo presidente do INSS com perfil de "xerife". O procurador Gilberto Waller Júnior foi escolhido para chefiar o instituto.

Segundo a investigação da PF e da CGU, o esquema de fraude no INSS teria começado em 2016, ainda na gestão de Michel Temer (MDB), mas ganhou força a partir de 2019, no mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e atingiu a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato do presidente Lula. O aumento atípico nos últimos anos - com movimentações no Congresso que impediram regras mais duras para esses débitos - chamou a atenção.

Apesar do esforço saneador do governo, há o diagnóstico de que a Lupi coube a pecha de omisso. A avaliação é que sua permanência era insustentável.

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