
Dia da mulher: a batalha quando o assunto é saúde
Síndrome pré-menstrual, endometriose, menopausa, câncer de mama; especialistas trazem orientações sobre como abordar a saúde da mulher
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Siga noO mês de março é marcado pelo Dia Internacional das Mulheres, que destaca os debates sociais, ressaltando os desafios na luta pela igualdade de gênero. Mas há também outra batalha, na esfera pessoal, referente à saúde: como tocar todas as demandas do dia a dia e ainda lidar com os desconfortos relacionados às alterações hormonais. Tensão pré-menstrual (TPM), endometriose e menopausa são alguns exemplos, além dos controles preventivos contra o câncer de mama.
Síndrome pré-menstrual
Para a maioria das mulheres, a tensão pré-menstrual é uma parte desagradável do ciclo menstrual, mas ela não pode ser incapacitante. Se os sintomas forem acentuados a ponto de impedir as tarefas diárias é o momento de procurar ajuda. A ginecologista Rivia Mara Lamaita, coordenadora no núcleo de Reprodução Humana da Rede Mater Dei, explica: “a síndrome pré-menstrual é muito comum em mulheres, cerca de 20 a 50% delas am por isso. Já o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), acomete 5% das mulheres, e é uma forma mais severa da síndrome, ocasionando em sintomas intensos que podem interferir nas atividades diárias da paciente”.
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Depressão, insônia, ansiedade intensa, cefaleia, palpitações, náuseas, vômitos, entre outros, são alguns exemplos dos desconfortos que o transtorno disfórico pré-menstrual pode causar. “Se há suspeita de TDPM, as pacientes são orientadas a fazer um diário com os seus sintomas por pelo menos dois ciclos. Assim, conseguimos fazer um diagnóstico criterioso e conduzir o tratamento”, orienta a ginecologista, reforçando a importância do acompanhamento do especialista.
Endometriose
Segundo o Ministério da Saúde, a endometriose afeta uma em cada 10 mulheres no Brasil, e estima-se que até oito milhões de brasileiras sofram com esse problema. Ele se caracteriza por ser uma alteração no funcionamento normal do endométrio, o tecido que reveste a parede interna do útero. Gera desconforto após atividade sexual e fortes dores pélvicas, principalmente durante o período menstrual.
Ainda assim, o diagnóstico na maioria das vezes é feito tardiamente e nem sempre a mulher busca ajuda médica. “Existe uma normalização da dor, muitas mulheres têm cólicas e dores pélvicas e tendem a achar que isso é algo normal. É preciso fazer a população enxergar que sentir dor não é normal, uma vez que compromete o dia a dia. O diagnóstico precoce é essencial para entender quais tratamentos devem ser feitos, seja com medicações, uso de hormônios ou cirurgia”, comenta Claudia Laranjeira, médica e coordenadora do núcleo de Ginecologia e Obstetrícia da Rede Mater Dei de Saúde. O importante é saber que há solução para esse problema e que dores intensas precisam ser avaliadas por um especialista.
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Câncer de mama
O câncer de mama é uma das doenças que mais afeta as mulheres, tornando-se uma preocupação alarmante em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de novos casos de câncer aumentará em 77% até 2050, com 15 milhões a mais do que o registrado em 2022 no mundo. A mamografia é um exame indispensável para chegar ao diagnóstico e identificar o melhor tratamento. Apesar de o Ministério da Saúde indicar o exame a partir dos 50 anos, a crescente incidência em mulheres mais jovens indica que é necessário o monitoramento a partir dos 40. A doença, quando diagnosticada precocemente, tem mais de 95% de chances de cura e requer tratamentos menos agressivos.
“Entendemos que o tratamento do câncer de mama é baseado em alguns pilares que precisam ser bem estruturados, sendo eles: o diagnóstico preciso, tratamento individualizado e cuidado emocional”, explica Anna Dias Salvador, coordenadora da Área de Mastologia na Rede Mater Dei.