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DISTRAÇÃO

Usar tela como "chupeta" pode afetar capacidade de a criança regular emoção

Estudo canadense questiona uso rotineiro de eletrônicos para acalmar birras de crianças com menos de 4 anos; dispositivos são contraindicados antes dos 2 anos

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Oferecer eletrônicos para distrair a criança na hora da birra pode comprometer a capacidade dela de regular emoções no futuro, sugere um novo estudo canadense publicado no periódico "Frontiers in Child and Adolescent Psychiatry".


Segundo o artigo, 26% das crianças de zero a quatro anos ficam mais de quatro horas diante de alguma tela diariamente. A fase dos berreiros, que ocorre por volta dos dois anos de idade, pode ser desafiadora para os pais, que muitas vezes não conseguem lidar com manifestações de raiva dos pequenos e acabam apelando para esses dispositivos na tentativa de acalmá-los. Os autores batizaram esse recurso de “chupeta digital”.


Por ser uma etapa em que o cérebro ainda está em desenvolvimento, os cientistas queriam avaliar as possíveis repercussões desse hábito. Para isso, acompanharam 265 pais e mães, que preencheram questionários com informações sobre comportamento dos filhos e rotina de uso de dispositivos digitais em dois momentos: um em 2020, quando as crianças tinham em média 3,5 anos, e um ano depois.


Na avaliação final, os resultados sugerem que quanto maior a frequência de uso das telas no início, menor a capacidade de controlar raiva e frustração 12 meses depois. E, nesses casos, as crianças acabavam sendo acalmadas com mais aparelhos eletrônicos, indicando um ciclo vicioso. Segundo os autores, suprimir rotineiramente essas emoções pode dificultar o desenvolvimento de estratégias de regulação emocional, além de habituar os mais novos a terem sempre algo externo para ajudar nessa tarefa.


“Observamos que os eletrônicos realmente hipnotizam, é quase uma adição”, diz o pediatra Claudio Schvartsman, do Hospital Israelita Albert Einstein. No entanto, o especialista pondera que, como o estudo foi feito durante a pandemia, isso pode gerar um viés. “Esse foi um momento em que todas as crianças tiveram mais o aos eletrônicos, em que os pais muitas vezes precisavam lançar mão deles para poderem trabalhar e, naquela época, até a escola era online.”


Ainda assim, os especialistas destacam que o papel da família é essencial para ajudar os filhos a transitarem por situações que geram frustração, ajudando-os a reconhecer suas emoções e ensinando-os como lidar com elas. Isso inclui desde identificar os gatilhos até as formas de expressão, para poder ter mais controle sobre elas.


“Não há uma receita pronta, envolve conversar, educar e colocar restrições”, orienta o pediatra. “É preciso saber conviver com frustrações, a criança precisa de limites, isso faz parte do seu desenvolvimento e ela se sente segura quando encontra esses limites.”


A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por bebês com menos de dois anos. Segundo a entidade, o limite de tempo para os pequenos estarem em contato com esses aparelhos varia de acordo com a idade. Crianças de dois a cinco anos podem usar até uma hora por dia; as de seis a 10 anos, entre uma e duas horas diárias; para adolescentes entre 11 e 18 anos, o tempo máximo aconselhado é de duas a três horas. A SBP recomenda também que o uso de telas seja feito sempre com a supervisão de um adulto.

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