Visual cansado, olhos vermelhos, pouco cabelo e pernas inchadas. Essa será a aparência comum do ser humano em 2050 se mantiver uma rotina de pouco sono, segundo modelo digital desenvolvido pela especialista em sono Sophie Bostock em parceria com a Bensons for Beds, marca de móveis inglesa para quartos. A personagem Hannah, criada no estudo, tem 45 anos e dorme cerca de seis horas por noite. 



Ela tem dores crônicas nas costas, queda de cabelo, pele flácida, pernas inchadas e olhos vermelhos e opacos. Além disso, o modelo mostra que a mulher fictícia também sofre de atrofia de músculos nos braços e pernas e está cada vez mais propensa a gripes devido a um sistema imunológico fraco.

Modelo 3D mostra problemas que ser humano desenvolveria com rotina de privação de sono

Reprodução

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O design de Hannah foi baseado em 19 artigos acadêmicos que investigam os efeitos da perda de sono no corpo humano, publicados desde 2010. "Hannah é uma ilustração instigante do impacto holístico que o sono tem na manutenção da saúde geral. Muitos de nós não percebemos que rotinas diárias aleatórias e falta de sono interferem em nossos ritmos circadianos, os ciclos de 24 horas que controlam nossa fisiologia”, declarou Bostock ao jornal britânico The Mail. 

Segundo ela, o ideal é que um adulto durma, em média, entre sete e nove horas por noite. E alerta que aqueles que dormem menos de sete horas correm risco de desenvolver problemas de saúde, como obesidade, doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Segundo pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (Unifal), o brasileiro dorme, em média, 7h48 por noite. No entanto, 22% das pessoas dormem menos que as sete horas recomendadas. 

Atenção nos 20 e poucos anos

De acordo com o estudo inglês, a diminuição no tempo de sono está ligado ao estilo de vida e ao uso de smartphones, especialmente durante a juventude. Vale destacar que Hannah representa uma mulher que, em 2050, tem 45 anos. Ou seja, atualmente ela teria 20 anos e estaria começando sua rotina de privação de sono. 



Ao longo dos anos, Hannah se sentiria tão cansada, que pararia de se exercitar, levando a um ganho de peso. Além disso, a falta de sono diminuiria os hormônios "leptina" e "grelina", que controlam as sensações de fome e saciedade.

A falta de sono também afeta as conexões no hipocampo. Isso quer dizer que, com essa rotina, Hannah teria problemas de memória de longo e curto prazo. 

No rosto, a falta de sono será representada pela diminuição da elasticidade da pele. Isso porque é durante o sono que o corpo desenvolve colágeno, uma proteína que ajuda a manter a pele lisa. Além disso, a perda de sono desencadeia um aumento da liberação de cortisol, também chamado de "hormônio do estresse", responsável por manter uma pessoa acordada e alerta. 

A privação do sono também resulta em pálpebras mais cansadas, com aparência de bolsas e vermelhas, bem como olheiras e rugas mais escuras sob os olhos.

Pernas inchadas e dores nas costas

Com a privação de sono e, consequentemente, aumento do cortisol, Hannah desenvolveria doenças cardíacas, que não só reduziriam sua expectativa de vida, mas também deixariam um sintoma claro: os tornozelos inchados. Isso porque doenças no coração atrapalham o fluxo sanguíneo, aumentando o acúmulo de líquido nos pés, tornozelos e pernas. Além disso, a insuficiência cardíaca torna o corpo menos capaz de remover sódio, o que também causa inchaço anormal.



A falta de sono também causaria dor crônica nas costas e ombros para Hannah, com a falta de liberação de hormônios de crescimento e outros produtos químicos que são essenciais para aliviar a dor e curar o corpo.

A perda de sono também levaria à atrofia muscular, porque prejudica a produção de hormônios envolvidos na construção dos músculos. Por isso, os braços e pernas de Hannah são representados como menores e mais finos. 

Calvície

Calvície também seria consequência à falta de sono

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Hannah também foi representada com alopecia, uma condição que causa a queda de cabelo e, em alguns casos, pode levar à calvície total. Isso estaria ligado à falta de sono, uma vez que a falta de sono atrapalha a circulação sanguínea no couro cabeludo, deixando os folículos capilares sem nutrientes e oxigênio necessários para um crescimento saudável.

O estudo ainda deixa claro que o modelo não é uma sentença para o ser humano, mas uma “previsão do pior cenário possível do que pode acontecer a alguém se fizer tudo errado em termos de rotina de sono ruim”. A ideia foi criar uma imagem para levar cada vez mais pessoas a cuidarem de seu sono. 


Segundo Sophie Bostock, existem alguns hábitos que ajudam a melhorar a hora de dormir: 

  • Durma de 7 a 9 horas por noite

  • Saia da cama no mesmo horário todos os dias, inclusive nos fins de semana

  • Procure luz natural durante o dia

  • Faça pelo menos 150 minutos de exercícios moderados ou 75 minutos de exercícios vigorosos por semana

  • Termine de comer pelo menos 2 horas antes de dormir

  • Evite olhar para dispositivos pelo menos 30 minutos antes de dormir

  • Evite colchão e travesseiros desconfortáveis. 

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