O impacto das doenças inflamatórias intestinais para a saúde da mulher
Atenção para os sinais e procura por um especialista são essenciais para problema que causa desconforto e compromete a qualidade de vida
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Siga noAs Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) são enfermidades crônicas representadas, de maneira mais comum, pela Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. No Brasil, a estimativa de prevalência é de 100 casos para cada 100 mil habitantes, com uma sinalização de aumento de indivíduos diagnosticados nos últimos anos. Pensando nas mulheres, a condição impacta a saúde reprodutiva a partir do início do ciclo reprodutivo que se inicia com a menstruação e vai até a menopausa. Nessa jornada, as mudanças de humor e as manifestações gastrointestinais acabam sendo comuns por conta dos períodos pré e pós-menstrual, levando em consideração a questão hormonal que também está inserida nesse contexto.
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As DIIs podem atingir pessoas em qualquer idade, apesar de serem mais frequentes na população entre 15 e 35 anos. O estigma e o preconceito são situações frequentes enfrentadas e vividas pelos pacientes. A doença de Crohn pode gerar inflamações em qualquer parte do tubo digestivo, porém, as mais afetadas são o final do intestino delgado (o íleo) e o lado direito do intestino grosso (cólon direito). Já a retocolite ulcerativa envolve o reto e o intestino grosso, sem acometer outras áreas do tubo digestivo, com possibilidade de manifestações inflamatórias na pele, nas articulações, no fígado, nos olhos e até quadros de pedras nos rins.
A jornada até o diagnóstico começa na identificação dos sinais e sintomas que muitas vezes são comuns a outras doenças. A lista é extensa e inclui dor abdominal, sensação de barriga estufada, cólicas, diarreia, emagrecimento, sensação de esvaziamento incompleto do intestino, flatulência exagerada (gases) e por vezes sangue e muco nas fezes.
A partir dos sinais e sintomas, a busca por um médico gastroenterologista e proctologista torna-se essencial. Somente o tratamento contínuo adequado pode fazer com que o indivíduo tenha uma chance maior de manter uma rotina equilibrada, com qualidade de vida e sem as situações desconfortáveis típicas de quem tem uma Doença Inflamatória Intestinal.
“Pelo fato de estarmos lidando com quadros crônicos, sem possibilidade de cura, que podem variar de acordo com o tipo e o grau da inflamação, o tratamento das DIIs tem como principal objetivo manter o controle da doença. É importante olharmos para o paciente em busca de um bem-estar físico social e emocional”, explica Alexandre Venâncio, cirurgião geral e coloproctologista.
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Os tratamentos para as Doenças Inflamatórias Intestinais são essenciais para o controle do quadro, o que chamamos de remissão. Quando isso ocorre – a partir da adesão à terapia de maneira contínua sempre sob a orientação de um gastroenterologista – é possível prevenir os episódios inflamatórios por um período maior por meses ou até alguns anos. Apesar de avanços com o lançamento de novas terapias, o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) das Doenças Inflamatórias Intestinais ainda é de 2017, o que causa um desequilíbrio de o entre o que é ofertado no SUS em comparação aos planos de saúde.
Um exemplo prático é o infliximabe subcutâneo, biossimilar que teve sua incorporação recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde – CONITEC, mas que ainda não está disponível aos pacientes. Pensando nas diferentes realidades vividas em várias regiões do Brasil, esta opção terapêutica tem a vantagem de não precisar ser istrada em ambiente hospitalar, o que ampliaria o o dos pacientes ao tratamento, especialmente para quem mora em localidades distantes de clínicas de infusão.
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De olho no cardápio e na atividade física
O cuidado com a alimentação também faz parte de quem tem uma doença inflamatória intestinal. A escolha por uma dieta com baixo teor de gordura e rica em fibras é um bom caminho a ser seguido. Nesse cenário, vale destacar algumas questões que vão além da prescrição medicamentosa. Uma delas é a opção por uma alimentação balanceada, evitando açúcar, cafeína, leite e derivados, comidas gordurosas picantes, ou com conservantes, e vegetais que aumentem a produção de gases, como o feijão, repolho e batata doce.
Outro pilar importante para prevenir a manifestação das DIIs é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com a introdução de uma atividade física. E, como um alerta recorrente, o cigarro é o álcool também são vilões e devem ser abolidos do dia a dia de quem pretende cuidar da saúde gastrointestinal.
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