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Pré-eclâmpsia: teste por DNA da placenta no sangue materno prevê condição

Detectar o problema há muito tempo é um desafio para médicos com o objetivo de reduzir as mortes maternas e fetais

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A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por pressão alta (hipertensão) e proteína na urina e resulta em mais de 70 mil mortes maternas e 500 mil mortes fetais a cada ano no mundo todo. O diagnóstico precoce da doença gestacional ainda é um obstáculo, o que torna o tratamento desafiador, mas um estudo recente da revista Nature mostrou que um novo exame de sangue tem 80% de precisão como preditor de pré-eclâmpsia prematura.

“A doença se manifesta no terceiro trimestre. A causa exata da condição é desconhecida, mas há a suspeita que esteja relacionada a uma interação anormal entre a placenta e os vasos sanguíneos da mãe”, explica o ginecologista e obstetra, mestre e doutor em tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP), Nélio Veiga Junior.



De acordo com o especialista, não é possível fazer biópsia da placenta durante a gravidez para um diagnóstico de pré-eclâmpsia. "De forma geral, avaliamos o risco de pré-eclâmpsia baseado na história materna. Os fatores de risco são: primeira gestação, pré-eclâmpsia em gravidez anterior, idade materna (maior 40 anos ou menor que 18 anos), histórico familiar de pré-eclâmpsia, hipertensão materna, doença renal e autoimune e fertilização in vitro. Atualmente, incorporamos outras variáveis nesse rastreamento, como a dopplerfluxometria das artérias uterinas, a pressão arterial média, o índice de pulsatilidade das artérias uterinas e alguns parâmetros bioquímicos”.

Pesquisadores sabem há pelo menos duas décadas que a placenta libera DNA no sangue materno. Com isso, os laboratórios conseguiram extrair DNA livre de células, sequenciá-lo e usar a amostra para rastrear anormalidades fetais.

“Anteriormente, esses testes eram enviados para laboratórios externos para processamento, mas as equipes da UW Medicine e do Fred Hutch Cancer Center colaboraram no desenvolvimento da ideia de usar dados de sequência de DNA livre de células para rastrear pré-eclâmpsia”, comenta o médico.

A 'biópsia líquida', como foi chamado o teste, foi feita no primeiro trimestre da gravidez de mais de 1 mil gestantes para desenvolver e validar o teste. "As amostras foram coletadas entre 2017 e 2023. Os pesquisadores descobriram que sua abordagem, que usa sinais armazenados em dados de sequência de DNA livre de células circulantes, teve 80% de sensibilidade para prever se uma gestante teria pré-eclâmpsia prematura ou não”, diz o ginecologista e obstetra.

Os próximos os serão melhorar o modelo de treinamento com mais amostras e, finalmente, conduzir um teste que inclua milhares de pacientes. “Os pesquisadores esperam que um teste como esse possa se tornar uma ferramenta de previsão precoce de pré-eclâmpsia que se integre perfeitamente à triagem de rotina no início da gravidez. Embora o uso de biópsias líquidas para doenças humanas seja amplamente utilizado na área do câncer, dada a frequência com que a triagem de DNA livre de células é realizada, a biologia pré-natal realmente pode ter oportunidades incríveis para a descoberta e aplicação de ferramentas inovadoras", reforça o médico.

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