Papa Francisco: o cuidado com a saúde na terceira idade
A síndrome de fragilização do idoso é caracterizado como o agravamento do quadro geral do indivíduo a partir de um problema de saúde, simples ou complexo
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Siga noO papa Francisco faleceu no último dia 21, aos 88 anos. A causa da morte, anunciada pelo Vaticano, foi um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Ele se recuperava de uma pneumonia que o deixou internado por aproximadamente 40 dias. Durante o período, apresentou variações no quadro, com pioras e melhoras, tendo sofrido com crise respiratória prolongada, insuficiência renal inicial, e até mesmo sendo submetido a transfusões de sangue por conta da pouca quantidade de plaquetas no sangue - condição associada à anemia.
O pontífice havia recebido alta há cerca de um mês, e seu estado de saúde estava sendo acompanhado por médicos. Além dos problemas recentes, Francisco também tinha histórico de hipertensão, diabetes tipo 2, insuficiência respiratória aguda, e ou por cirurgias no abdômen e no cólon em anos anteriores. Isso mostra a importância de um olhar integrado para a saúde na terceira idade, já que muitas condições são derivadas uma da outra. Um exemplo seria a relação entre diabetes e insuficiência cardíaca – pacientes diabéticos têm um risco aumentado de desenvolver insuficiência cardíaca e aqueles com insuficiência cardíaca têm maior risco de desenvolver diabetes.
Considerando condições de saúde antecedentes e o conjunto de fatores associados ao envelhecimento, a capacidade funcional do organismo pode ser reduzida e acarretar maior vulnerabilidade a doenças ou estresse agudos nos idosos. Esse fenômeno é conhecido como síndrome de fragilização do idoso.
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), as principais características da síndrome são a redução da massa e da força muscular, assim como a baixa energia para realizar atividades do dia a dia. Perda involuntária de peso, fraqueza e exaustão estão entre os sintomas que devem servir de alerta, pois, somados a outras doenças crônicas pré-existentes, podem desencadear outras reações adversas, como quedas, hospitalizações e, em última instância, mortes.
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Nesse sentido, o cuidado integrado do idoso é fundamental para evitar complicações de saúde e melhorar sua qualidade de vida. "A avaliação geriátrica ampla é necessária por ser multidimensional e interdisciplinar, conseguindo assim identificar as alterações no estado de saúde do idoso e reconhecer situações complexas. Com o diagnóstico correto e oportuno, podemos então promover o tratamento mais adequado a cada paciente a longo prazo."
Hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, são considerados essenciais, assim como o acompanhamento com geriatras, que podem realizar diagnósticos, exames preventivos, tratamentos e reabilitações adequadas para a terceira idade.