Campanha reforça a importância da saúde hormonal em todas as fases da vida
Dia Mundial do Hormônio destaca como essas substâncias são fundamentais para a saúde, o bem-estar e a prevenção de doenças crônicas
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Siga noMarcado pela primeira vez em escala global em 2025, o Dia Mundial do Hormônio, nesta quinta-feira (24/4), tem como objetivo chamar a atenção para a importância dos hormônios ao longo da vida. Com o tema Hormônios importam, a campanha destaca como essas substâncias são fundamentais para a saúde, o bem-estar e a prevenção de doenças crônicas, como diabetes, obesidade, câncer, osteoporose e disfunções da tireoide — além de mais de 400 doenças endócrinas raras que ainda são pouco reconhecidas.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) reforça a mensagem da campanha internacional ao lembrar que os hormônios atuam como verdadeiros “arquitetos invisíveis”, regulando processos essenciais do organismo desde o útero materno até a velhice. “Os hormônios são mensageiros químicos que organizam o funcionamento do corpo. Seu desequilíbrio pode levar a doenças graves, por isso é essencial que sejam valorizados desde o início da vida”, afirma o presidente da SBEM, Neuton Dornelas.
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Hormônios desde o primeiro suspiro
Ainda na gestação, os hormônios produzidos pela mãe e pela placenta garantem o desenvolvimento saudável do feto. “Uma gestante com hipotireoidismo não tratado, por exemplo, pode comprometer o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê”, alerta. Após o nascimento, o teste do pezinho permite detectar o hipotireoidismo congênito, condição que, se não tratada precocemente, pode prejudicar o crescimento e o desenvolvimento neurológico.
Na puberdade e na vida adulta, estrogênio, progesterona e testosterona regulam o ciclo menstrual, a fertilidade, a libido e a massa muscular. “Distúrbios hormonais podem impactar diretamente a saúde reprodutiva de homens e mulheres, e muitas vezes esses sinais são ignorados ou atribuídos a outras causas”, explica Neuton Dornelas.
Com o avanço da idade, a queda nos níveis hormonais pode afetar o metabolismo, a disposição, o desempenho sexual e até o sistema imunológico. “Na menopausa, a queda do estrogênio aumenta os riscos cardiovasculares e de osteoporose, enquanto nos homens o hipogonadismo tardio — queda da testosterona — pode reduzir a qualidade de vida”, observa Karen de Marca, presidente-eleita 2027/2028 da SBEM.
Apesar do apelo crescente das terapias antienvelhecimento, os especialistas alertam: a reposição hormonal só deve ser feita com indicação médica. “Não há comprovação de que essas terapias previnam o envelhecimento. Pelo contrário, o uso indiscriminado pode piorar quadros como diabetes e hipertensão”, destaca Paulo Miranda, ex-presidente e coordenador da Comissão Internacional da SBEM. “Reposição hormonal deve ser criteriosa e baseada em evidências”, reforça.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) adere à campanha mundial liderada pela European Society of Endocrinology (ESE) no intuito de ampliar a conscientização sobre a importância dos hormônios para o bem-estar e incentivar o debate sobre sua relação com a prevenção e o tratamento de doenças. “Precisamos de políticas públicas mais fortes, mais informação e mais conscientização sobre o papel dos hormônios na saúde da população. Só assim poderemos garantir prevenção, diagnóstico e tratamento adequados em todas as fases da vida”, aponta Clayton Macedo, diretor da SBEM.
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