Casos de meningite meningocócica B ainda causam preocupação no Brasil
Vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença, que atinge, principalmente, crianças até 4 anos
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Siga noA doença meningocócica invasiva (DMI), que pode se apresentar como meningite ou sepse, ainda é um problema de saúde pública no Brasil, tendo havido surtos e novos casos da doença espalhados pelo país recentemente. Entre 2020 e 2024, foram registrados mais de 2 mil casos de DMI e o ano de 2023 foi o de maior incidência entre eles. O sorogrupo B é o mais prevalente da doença, com 478 casos registrados e 93 óbitos neste período. A doença meningocócica atinge, principalmente, crianças entre 0 e 4 anos de idade e, nos últimos cinco anos, o sorogrupo B foi responsável por 232 casos confirmados nesta faixa etária, enquanto o sorogrupo C foi responsável por 35.
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“A meningite meningocócica é uma doença imprevisível e de evolução muito rápida. Seus sintomas iniciais, como febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito, podem ser confundidos com uma gripe ou viroses diversas, o que pode dificultar o diagnóstico. Além disso, mesmo com o tratamento adequado, a taxa de óbito e de sequelas graves, como amputação de membros, danos cerebrais ou perda auditiva, é alta. Embora a doença não seja mais tão frequente hoje em dia, a bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningococo, ainda circula entre a população e pode atingir, principalmente, crianças e jovens saudáveis. Por isso, é tão importante saber os sinais da doença e se prevenir”, explica Ana Medina, farmacêutica, imunologista e gerente médica de vacinas da GSK.
A vacinação é a forma mais efetiva de prevenção contra a meningite meningocócica. Atualmente, existem vacinas diferentes para a prevenção de cinco sorogrupos da doença: A, B, C, W e Y. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C para crianças de 3, 5 e 12 meses e a vacina meningocócica ACWY em dose de reforço ou dose única para adolescentes entre 11 e 14 anos, conforme a situação vacinal. Ambas também estão disponíveis para outras idades na rede particular.
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As sociedades médicas recomendam que todas as crianças recebam as vacinas meningocócicas B e ACWY, disponíveis na rede particular, seguindo o esquema de vacinação aos 3, 5 e 12 meses de vida. Para a vacina meningocócica ACWY, são recomendadas duas doses de reforço até a adolescência. Já para a vacina meningocócica B, é recomendado que adolescentes que não foram vacinados recebam duas doses. Outras formas de prevenção da doença incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.
Projeto de combate às meningites até 2030
Por meio de uma coalizão global, diversos países se comprometeram com a Organização Mundial de Saúde com o objetivo de derrotar a meningite até 2030. A iniciativa visa melhorar a prevenção, facilitar o o ao diagnóstico e tratamento, monitorar a doença e auxiliar nos cuidados posteriores para reduzir de forma significativa os casos, óbitos e sequelas graves da doença.
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Mais sobre a meningite meningocócica
A meningite meningocócica é uma doença de transmissão respiratória, que provoca inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e se destaca por sua gravidade devido à rápida evolução, que pode deixar sequelas permanentes no paciente e até mesmo levar a óbito em até 24 horas. O meningococo possui pelo menos 12 sorogrupos identificados, sendo que seis deles são os mais comuns: A, B, C, W, X e Y. No Brasil, a letalidade média dos últimos anos foi de 24%, e a mundial de 10% dos casos, mas se não for tratada, a doença pode ser fatal em até 50% dos casos. Dentre os sobreviventes, 10% a 20% apresentam alguma sequela grave como dano cerebral, perda auditiva ou amputação de membros.
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