Hepatite A: crescem casos por transmissão sexual
Relações sexuais desprotegidas também representam um risco de infecção da doença; vacina é fundamental para prevenir a doença e proteger a saúde
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Siga noAs autoridades de saúde no Brasil estão em alerta devido ao aumento significativo, em adultos, de casos de hepatite A no país. Apesar dos números de 2024 ainda não terem sido divulgados, os dados mais recentes indicam uma tendência preocupante. Segundo informações publicadas pelo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado ano ado pelo Ministério da Saúde, o país saiu de 856 pessoas com a doença em 2022 para 2.081 em 2023. Ainda de acordo com o órgão, desses casos registrados em 2023, 1.877 ocorreram em adultos acima de 20 anos. Nesse grupo, os homens foram os mais afetados, correspondendo a aproximadamente 70% dos infectados.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que, embora a fecal-oral seja a principal forma de transmissão do vírus da hepatite A, práticas sexuais podem aumentar o risco de contrair a doença. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde ampliou, neste mês de maio, para todo o Brasil, a vacinação contra a virose para pessoas que usam PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), medicação utilizada para prevenção de HIV. A meta, de acordo com o órgão, é imunizar 80% dos mais de 120,7 mil usuários da PrEP atualmente atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A hepatite aguda costumava afetar predominantemente crianças em áreas com saneamento básico precário. No entanto, mudanças no perfil epidemiológico da doença trouxeram uma nova preocupação: a transmissão sexual tornou-se uma das principais formas de propagação em adultos”, analisou Guenael Freire, infectologista do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica.
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A introdução da vacina contra hepatite A no SUS em 2014, em meninos e meninas a partir de 12 meses de idade e menores de 5 anos, foi um marco importante no controle da doença no Brasil. Desde então, os casos registraram uma queda expressiva, ando de 6.261, em 2013, para 437, em 2021, uma redução de 93%. A vacinação de crianças nessa faixa etária foi fundamental para esse resultado, com quedas de 97,3% em menores de 5 anos e 99,1% na faixa etária de 5 a 9 anos, entre 2013 e 2023.
Segundo o infectologista, o sucesso da vacinação infantil contra a hepatite A é um exemplo claro da eficácia das vacinas. “É indiscutível que a aplicação da vacina é o melhor método de prevenção contra a doença. A experiência mostra que a vacinação em massa pode reduzir drasticamente a incidência da doença, protegendo inclusive os adultos, que têm sido mais suscetíveis à doença”, destaca. A vacina contra hepatite A está disponível na rede privada, assim como a vacina contra hepatite B. Além disso, existe uma vacina combinada, que protege contra hepatites A e B, reduzindo o número de aplicações.
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A doença
A hepatite A é uma infecção viral que afeta o fígado, geralmente transmitida por meio de água e alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Embora seja frequentemente assintomática ou cause sintomas leves no público infantil, em adultos, a doença pode ser mais grave devido à resposta imunológica mais intensa, levando a sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal e icterícia (coloração amarelada da pele). Essa maior gravidade em adultos pode ser especialmente preocupante para aqueles com condições hepáticas pré-existentes ou outros problemas de saúde, que têm maior risco de complicações, como os soropositivos para HIV.
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