VÍRUS

Um inimigo perigoso: os riscos que a herpes pode causar

A herpes, tão conhecida na sociedade, nem sempre aparece como simples coceira ou vermelhidão na pele. Se não tratada corretamente, pode trazer sérios problemas à saúde

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Vermelhidão, coceira ou pequenas bolhas. É assim que a herpes costuma aparecer. Causada pelo vírus herpes simplex, essa doença existe em dois tipos principais: o (HSV-1), geralmente associado a lesões nos lábios (herpes labial), e o (HSV-2), mais comum na região genital. A infecção acontece pelo contato direto com a pele, saliva ou secreções da pessoa infectada, especialmente quando há lesões ativas, mas também pode ocorrer sem sintomas aparentes.

De acordo com Lucas Albanaz, clínico geral e coordenador Médico do Hospital Santa Lúcia, uma vez no corpo, o vírus permanece inativo e pode ser reativado em momentos de baixa imunidade, estresse, exposição solar intensa, doenças ou período menstrual. Os sinais mais corriqueiros envolvem, também, ardência ou formigamento no local, que pode surgir dias antes das lesões.  

"Em casos iniciais ou mais intensos, podem ocorrer febre, mal-estar e dor nos gânglios — mais conhecidas como ínguas. Muitos, porém, têm o vírus e nunca apresentam sintomas", explica. Para se prevenir da herpes, segundo Lucas, é necessário evitar o contato direto com as lesões de uma pessoa infectada.

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, batons ou lâminas, assim como utilizar preservativo nas relações sexuais — ainda que não projeta completamente, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas. "É importante evitar beijo ou contato íntimo durante crises de herpes visíveis, ter alimentação equilibrada, sono adequado e controle de estresse", acrescenta o clínico geral.

Perigo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) um em cada cinco adultos no mundo possui infecção por herpes genital. Também estima que 846 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos vivem coma infecção.

Situação nacional

De acordo com a Federação Médica Brasileira (FMB), 95% dos adultos brasileiros já tiveram contato com o vírus da herpes.

Tipos

O infectologista Henrique Lacerda descreve dois principais tipos do vírus herpes simples: o (HSV-1), mais comum na boca e face, e o tipo 2 (HSV-2), geralmente associado ao herpes genital. Já a herpes zoster é causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo da catapora. Após a infecção inicial na infância, o vírus permanece inativo no corpo e pode reativar mais tarde como zoster.

Sonho distante

Atualmente, a vacina contra a herpes zoster não é encontrada no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de já haver pedidos para que ela seja incorporada ao programa de imunização que existe no país. Contudo, os imunizantes estão disponíveis em serviços de saúde particulares.

Faixa etária

Conhecida como Shingrix, a vacina para combater a herpes zoster é recomendada para adultos acima de 50 anos e pessoas a partir de 18 anos que tenham risco aumentado para contrair o vírus.

Graves consequências

O Ministério da Saúde afirma que, se não tratada corretamente, a herpes zoster pode acarretar inúmeros problemas à saúde, entre eles: ataxia cerebelar aguda; trombocitopenia; síndrome de Reye; nevralgia pós-herpética (NPH) e diversas outras complicações.

Caso conhecido

Em 2022, o cantor canadense Justin Bieber revelou, em suas redes sociais, que tinha sido diagnosticado com a síndrome de Ramsay Hunt, uma complicação do herpes zoster que pode levar o indivíduo a ter paralisia facial.

Palavra do especialista

Qual a melhor forma de tratamento contra a herpes?

O tratamento é feito com antivirais específicos. Eles ajudam a reduzir a duração dos sintomas e a gravidade das lesões, especialmente se iniciados logo no começo da contaminação. No herpes zoster, quanto mais precoce o início do tratamento, menor o risco de complicações, como a neuralgia (dor crônica de difícil controle). Em casos recorrentes, pode-se considerar o uso contínuo de antivirais para suprimir o vírus. É importante consulta com especialista para que o tratamento recebido seja adequado para evitar complicações ou efeitos colaterais dos medicamentos.

Quais as complicações que a herpes pode levar ao indivíduo?

No herpes simples,essas consequências à saúde do paciente são mais frequentes em pessoas imunocomprometidas, podendo ocorrer disseminação das lesões ou infecções mais graves, como encefalite, que é um tipo de meningite. Já no herpes zoster, a principal complicação é a dor crônica pós-herpética, que pode ser bastante debilitante. Além disso, se o zoster atingir a face ou os olhos, pode haver comprometimento visual ou auditivo.

De que maneira a herpes pode ser diagnosticada? 

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O diagnóstico, na maioria das vezes, é clínico - baseado na aparência típica das lesões e na história do paciente. Em casos duvidosos, podemos recorrer a exames laboratoriais. Exames de sangue para anticorpos também existem, mas não são tão úteis em casos agudos. Portanto, em caso de dúvidas, é necessário procurar atendimento de um especialista para evitar diagnóstico tardio e, consequentemente, reduzir os riscos de formas graves ou sequelas permanentes.

Henrique Lacerda é infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta

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