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Rugas e cabelo grisalho: melatonina e ocitocina têm ação antienvelhecimento

Estudo sugere ser possível combater as rugas, por meio de hormônios naturais. Cientistas esperam que descobertas levem a novos tratamentos senoterapêuticos

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A relação entre os hormônios e a pele sempre foi explorada na ciência, de forma que as flutuações desses mensageiros químicos podem ser associadas a problemas comuns, como a acne na adolescência, a queda capilar no pós-parto ou mesmo o afinamento da espessura da pele e a diminuição das fibras de elastina e colágeno na menopausa. Agora, cientistas publicaram um estudo na Endocrine Reviews, periódico da Oxford Academic, que mostra que o uso de hormônios naturais pode frear e combater os sinais de envelhecimento.

“O trabalho identificou os principais hormônios que orquestram os caminhos do envelhecimento da pele, como a degradação do tecido conjuntivo (levando ao enrugamento), a sobrevivência das células-tronco e a perda de pigmento (levando ao envelhecimento dos cabelos)”, explica a dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Paola Pomerantzeff.

“Essa identificação é importante, pois a pele não é apenas um alvo para vários hormônios que controlam as vias do envelhecimento da pele, mas ela própria é certamente o maior e mais rico local para a produção de hormônios, além das glândulas endócrinas clássicas [órgãos como a glândula pituitária, que funciona principalmente para secretar hormônios]”, explica a endocrinologista, pós-graduada em endocrinologia e metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ), Deborah Beranger.

No estudo publicado na revista Endocrine Reviews, os cientistas identificaram uma série de hormônios naturais que pode ser aproveitada para retardar alguns dos processos de envelhecimento do corpo, dentre eles a melatonina (o famoso hormônio do sono), o hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH, que afeta a pigmentação da pele) e a ocitocina (conhecida como o hormônio do amor). “Alguns dos hormônios têm propriedades antienvelhecimento, e espera-se que possam ser usados no futuro como agentes para prevenir o envelhecimento da pele”, diz Deborah.

Dos hormônios estudados, a melatonina foi o que mais se destacou. “Embora a maioria das pessoas conheça a melatonina por seu papel na regulação do sono, o estudo sugere que a melatonina também pode ajudar a manter a pele jovem. Seus poderosos efeitos antioxidantes protegem as células da pele de danos, potencialmente retardando o processo de envelhecimento. Essa mesma ação antioxidante também aumenta a proteção da pele contra os danos da radiação solar”, explica Paola Pomerantzeff.

“A ação da melatonina na pele se assemelha à de outros tecidos e órgãos periféricos. A melatonina, que é altamente lipofílica, atravessa todas as barreiras biológicas, afeta todos os compartimentos subcelulares, incluindo mitocôndrias e núcleos, e pode agir diretamente ou por meio de receptores. Inclusive a melatonina tem seu papel como regulador do metabolismo mitocondrial, o que melhora a produção energética das células”, explica a endocrinologista.

Já o hormônio estimulante dos melanócitos, a ocitocina e outros participantes do sistema endócrino, como os endocanabinoides, podem exercer efeitos muito promissores. “Um deles é na diminuição do estresse genotóxico induzido por UV, crucialmente envolvido no desenvolvimento do fotoenvelhecimento e na síntese de pigmentos na pele e no cabelo. Isso pode ajudar a manter a pele e o cabelo jovens, ajudando a protegê-los dos danos causados pelos raios UV”, explica a dermatologista.

A expectativa é que essas descobertas levem a novos tratamentos antienvelhecimento chamados senoterapêuticos. “Esses medicamentos funcionam mirando e removendo células senescentes – células que param de se dividir e se acumulam no corpo à medida que envelhecemos – ajudando a desacelerar ou até mesmo reverter alguns sinais de envelhecimento. No entanto, mais pesquisas sobre esses hormônios devem ser feitas e podem oferecer oportunidades para desenvolver novas terapias para tratar e prevenir o envelhecimento da pele”, diz Deborah.

“A espera para uma aplicação prática desses achados pode levar anos. Por enquanto, o melhor jeito de manejar o envelhecimento da pele é por meio de bons hábitos de vida e a consulta regular com dermatologista, que poderá indicar tratamentos com injetáveis, como toxina botulínica, bioestimulador e preenchedores, e tecnologias, como lasers, ultrassom e radiofrequência, além da prescrição de produtos de skincare personalizados para cada caso”, reforça Paola Pomenratzeff.

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