CONDIÇÃO GRAVE

Gestantes adolescentes têm maior risco de mortalidade materna

Especialista destaca a importância do o à informação e à contracepção para enfrentar o problema

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A gestação na adolescência é considerada uma condição grave com consequências socioeconômicas e de saúde - para a mãe, para o feto e para o recém-nascido. O problema é um dos pilares de um desafio persistente no Brasil, a mortalidade materna.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2022, a razão de mortalidade materna foi de 56,3 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, mais de 80% acima da meta de 30 mortes por 100 mil até 2030, estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dentro do grupo de jovens de 15 a 19 anos, o número de mortes é de 39,83%.
Segundo especialistas, grande parte dessas mortes é evitável e está relacionada, entre outros fatores, à gravidez precoce e não planejada, que aumentam o risco de complicações.
De acordo com pesquisa conduzida pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), a pedido da Bayer em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de 62% das mulheres já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada no Brasil e o problema ocorre, principalmente, por dificuldades relacionadas ao uso de contraceptivos.
“Muitas vezes, a gravidez na adolescência acontece em corpos que ainda não estão preparados fisicamente para uma gestação e em famílias que não se estruturaram socialmente e economicamente para este momento. Quando olhamos para as pesquisas sobre o assunto, percebemos que o cerne da questão está no início da jornada reprodutiva da mulher, onde há lacunas educacionais, especialmente em regiões mais pobres, relacionadas à contracepção”, explica o ginecologista Rodrigo Mirisola.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2022, foram registrados cerca de 380 mil partos de mães adolescentes, o correspondente a 14% dos nascimentos. As regiões Norte e Nordeste do país registram a maior concentração dos nascimentos, com 21,3% e 16,9%, respectivamente.
Mirisola explica que, apesar de o sistema público de saúde oferecer opções contraceptivas, a desinformação ou uso incorreto desses métodos ainda sustentam taxas como essas: “Apesar de o o aos métodos contraceptivos serem s em algumas regiões, há barreiras, como o medo e a resistência, gerada por desconhecimento, que permeiam locais onde há uma gama de alternativas anticoncepcionais, como pílulas, preservativos e DIU”.
O especialista conta que os métodos de longa duração, como dispositivos intrauterinos, podem ser aliados nessa luta, tanto por terem algumas das maiores taxas de eficácia, que vão de 99,2% a 99,9%, quanto por não dependerem de uma disciplina diária da mulher. O método, além de integrar uma estratégia fundamental para reduzir a mortalidade materna, representa uma economia significativa para os sistemas de saúde.
Um relatório do Guttmacher Institute aponta que cada dólar investido em contracepção geraria uma economia de US$ 2,20 em custos relacionados à gravidez não-intencional. Além disso, investir integralmente tanto em contracepção quanto em cuidados de saúde materna e neonatal juntos resultaria em uma economia líquida anual de US$ 6,9 bilhões em comparação com o investimento em saúde materna e neonatal.
“Planejar a maternidade não é só uma escolha pessoal, é uma questão de saúde pública, de combate à mortalidade materna e de promoção da equidade. Precisamos garantir que toda mulher, de qualquer idade, região ou classe social, tenha o real à informação, aos métodos e ao atendimento humanizado”, esclarece Mirisola.
O médico recomenda que, a partir da primeira menstruação, tendo vida sexualmente ativa ou não, as mulheres realizem consultas periódicas com um ginecologista para discutir e acompanhar sua saúde ginecológica e, quando pertinente, os métodos contraceptivos que mais se adequam à sua rotina.

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