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Estado de Minas SÉRIE

Diretora de 'Meninas do Benfica' quer exibir país equatorial, não tropical 6c4x1m

Cearense Roberta Marques diz que representação mais comum do Nordeste pelo audiovisual brasileiro é árida e machista. Trama sobre amigas estreou no Canal Brasil


04/03/2022 04:00 - atualizado 04/03/2022 09:49

As atrizes Larissa Goes, Amanda Freire, Lua Martins e Ariza Torquato de pé, ao ar livre, com o sol poente, em cena de 'meninas do benfica'
Sandra (Larissa Goes), Iara (Amanda Freire), Keyla (Lua Martins) e Andrea (Ariza Torquato) são colegas de faculdade que partem para construir suas carreiras em ''Meninas do Benfica'' (foto: Canal Brasil/Divulgação)

"Meninas do Benfica" é a nova produção original do Canal Brasil. Os dois primeiros episódios foram ao ar na última quarta (2/3). A cada quarta-feira, às 19h45, mais dois episódios serão lançados.
 
Com criação e direção geral da cearense Roberta Marques, a série retrata a vida de quatro jovens recém-graduadas em comunicação, que se despedem de seu canal conjunto no YouTube para que cada uma siga seu caminho.

Gravada em Fortaleza, com uma equipe majoritariamente feminina e de profissionais de fora dos grandes centros da produção audiovisual brasileira, a série traz um diálogo entre os protestos ocorridos em junho de 2013 e a cobertura realizada pelas novas mídias digitais. 

As Jornadas de Junho servem como ponto de partida e pano de fundo da história, mas não funcionam como premissa central da trama. A diretora destaca o trabalho de fotografia e de arte desenvolvido por Lília Soares e Patrícia os, respectivamente. 

Para Roberta Marques, elas conseguiram captar e ar para o produto final das gravações um clima equatorial brasileiro que não é muito visto nas séries e filmes, em que há predomínio do clima tropical. 

"Tenho falado que na série a gente trata de um equatorial feminino, porque o Nordeste é muito representado de uma forma árida, seca e masculina, né? Machista… Eu acho que é como o Brasil vê um pouco o Nordeste. De uma forma geral, tem um pouco esse clichê. E a série, quando ela é equatorial, ela é quente, mas tem cores. Equatorial é uma coisa colorida. Ele é laranja, é avermelhado… tem uma coisa que é diferente do tropical. O tropical é aquele Brasil que, desde os anos 50, a gente projetou nas telas", comenta a diretora.

Ela diz estar orgulhosa da abrangência que o lançamento da série terá com a exibição no Canal Brasil e espera poder colaborar com a descentralização da produção audiovisual brasileira. 

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“Acho que é muito importante para a gente, mas é também de uma importância muito grande para o Brasil. O Brasil é muito grande, é imenso, e a gente tem regiões, sotaques, culturas. O Brasil é formado por todas elas, mas a gente sempre está representado pelo mesmo polo Rio-São Paulo. Então, acho que a série é um exemplo que pode ser seguido por outros estados e capitais, porque a gente quer ver esse Brasil diverso, essa diversidade.”

A questão feminina também é bastante marcante na produção. Roberta Marques recorre ao dispositivo narrativo do grupo feminino formado por quatro mulheres, como ocorre em outras obras da televisão ou do cinema, como “Girls” e “Sex and the City”. 

Sobre a escolha do Bairro do Benfica, em Fortaleza, região boêmia e universitária da capital cearense, a diretora diz ter sido natural. "São quatro jovens meninas, feministas, e é uma celebração a essa juventude ativista que, naquele momento (das Jornadas de Junho), começou a tomar corpo e ocupar espaços." 

Ela diz estar esperançosa por uma segunda temporada. Apesar de não haver nada fechado, material e vontade já existem. Por parte das protagonistas, a expectativa em relação à repercussão da série também é grande. Das quatro, Sandra (Larissa Goes), Iara (Amanda Freire), Keyla (Lua Martins) e Andrea (Ariza Torquato), apenas uma teve pequena participação em produções anteriores; as demais são caras frescas na dramaturgia. 

"Elas são muito boas, realmente o elenco é um achado e isso me interessa também: ver essas atrizes, esse elenco daqui, com o sotaque daqui, projetadas nacionalmente. A gente sabe como é fazer o nosso trabalho, sabendo como a gente vai projetar isso para o Brasil e para o mundo, e como isso é especial, porque nunca foi fácil para a gente fazer. Acho que romper essas portas e janelas, estar presente, ter esse espaço é uma coisa gigante", afirma a diretora. 

* Estagiário sob a supervisão da editora Silvana Arantes

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