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Estado de Minas SURPRESA

Não parece, mas é: gastrobar em Ouro Fino reinterpreta clássicos mineiros 393b6p

Inaugurado há um mês, Observatório Gastrobar e Café inova no preparo e na apresentação de pratos tradicionais como feijão-tropeiro e queijo com goiabada


16/01/2022 04:00 - atualizado 16/01/2022 11:34

 Feijão tropeiro
O feijão tropeiro é servido dentro de uma trouxinha de couve (foto: Carlos Fuzari/Divulgação)

No cardápio, está escrito tropeiro. Quando o prato chega à mesa, vem a surpresa. Não se parece em nada com o que estamos acostumados a comer. O feijão é servido dentro de uma trouxinha de couve. Ao lado, um ovo mollet empanado, com a gema que escorre ao partir. Para completar, linguiça caipira e milho assado.
 
Esse é um exemplo de como o Observatório Gastrobar e Café, em Ouro Fino, no Sul de Minas, inaugurado há pouco mais de um mês, reinterpreta clássicos da cozinha mineira.
 
A ideia de inovar no preparo e na apresentação de pratos tradicionais é do jornalista Neuber Fischer. Ele nasceu em Ouro Fino e mora em São Paulo há 12 anos. Sempre gostou de sair para comer e sentia falta de um lugar com uma comida mais sofisticada na sua cidade de origem.

O sonho de abrir um negócio de gastronomia é antigo. Quando surgiu a oportunidade, ele decidiu não fazer mais do mesmo. Pensou em uma forma de surpreender o público local e os turistas, que, estando lá, querem conhecer as tradições da cozinha de Minas. “Servimos uma comida tradicionalmente mineira – o sabor é o mesmo, mas apresentamos de uma maneira diferente”, explica.

O frango com angu e quiabo ganha nova roupagem. Por cima do angu cremoso de fubá de milho está uma imponente coxa de galinha caipira. Para acompanhar, quiabo cortado em fatias finas e frito.
 
A galinha caipira aparece em mais duas versões. Misturada ao arroz arbóreo, se transforma em risoto, finalizado com ora-pro-nóbis crocante. Em outro prato, depois de ser cozida no próprio molho, vira ragu para o espaguete.

Tutu sem bacon 323p55

Outro ícone da nossa cozinha, o tutu não tem bacon. O sabor defumado, acrescido de muita crocância, está na pancetta de rolo pururucada, que vai ao lado do feijão batido e da banana frita. A tradicional costelinha com canjiquinha também se moderniza. A carne de porco é cozida com molho barbecue e servida com quirera de milho, que fica bem cremosa. Na finalização, utiliza-se couve crocante.
 
As sobremesas mostram a riqueza dos doces tradicionais de Minas. A dupla queijo com goiabada se multiplica no Romeu e Julieta. Em um mesmo prato, encontramos sorvete de queijo com pedaços de goiabada cascão, rocambole de goiabada, goiabada cremosa, calda quente de goiabada, goiabada em quadradinhos, biscoito goiabinha e uma fatia de queijo minas. Na hora de comer, sinta o contraste de texturas e experimente várias combinações.
 
queijo com goiabada
Várias texturas: a dupla queijo com goiabada se multiplica em uma das sobremesas (foto: Carlos Fuzari/Divulgação)
 
O doce de leite também tem uma sobremesa para chamar de sua. Nela, ele se mostra tão versátil que até surpreende os mineiros. De uma vez só, dá para comer o doce em forma de sorvete, no recheio do rocambole, dentro do canudinho, em quadradinhos e como calda quente.

Da decoração às receitas, o Observatório faz várias referências à história de Ouro Fino. A cidade, a cerca de 450 quilômetros de Belo Horizonte, tem 35 mil habitantes e faz parte de roteiros turísticos como Circuito das Malhas e Caminho da Fé. Também atrai visitantes com o monumento da música “Menino da porteira”, em que o compositor Teddy Vieira conta da sua viagem pela “estrada de Ouro Fino”.

Construído nos anos 1950, o imóvel de esquina escolhido para receber o gastrobar já abrigou o cinema da cidade. O uso do dourado remete ao período da mineração, enquanto o jardim refere-se ao café, o principal produto agrícola da região.

Primeira-dama homenageada 1p3a48

Parte do cardápio é dedicada à chef Benê Ricardo, considerada a primeira-dama da cozinha brasileira. Ela nasceu em São José do Mato Dentro, distrito de Ouro Fino, foi cedo para São Paulo trabalhar como doméstica e cozinhou no Hotel Maksoud Plaza. Entrou para a história por ser a primeira mulher a ter diploma de gastronomia no Brasil.
 
“Resolvemos homenageá-la com dois pratos que ela fazia questão de servir em todos os lugares: arroz de forno e cuscuz.” As receitas são reproduzidas fielmente.
 
espaguete com ragu de galinha caipira
Em um dos pratos, a galinha caipira vira molho para o espaguete (foto: Carlos Fuzari/Divulgação)
 
Até os nomes dos drinques autorais se relacionam com a cidade. Baronesa é a primeira máquina utilizada na pavimentação das ruas de Ouro Fino, que virou monumento. No copo, o título nos leva a uma mistura de cachaça com infusão de cítricos, limão taiti, licor artesanal de café e espuma de gengibre. Já o Princesa do Sul, como a cidade é cantada no seu hino, tem vodca, vinho branco e calda artesanal de maçã.

O cardápio do gastrobar, que vai do café da manhã ao jantar, ando pelo happy hour (com a opção de rodízio de petiscos), tenta privilegiar e valorizar produtos locais.
 
A cachaça usada nos drinques é produzida na cidade, assim como os refrigerantes, fornecidos por uma indústria fundada em 1949. A carta de vinhos tem o objetivo de estimular o consumo de rótulos da vizinha Andradas. Já os doces são de uma fábrica em Inconfidentes com mais de 40 anos.

Serviço 1u4s39

Rua 13 de maio, 535, Ouro Fino
(35) 3181-0215
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