
Todos os dias, Felipe Rameh recebe mensagem de alguém querendo visitar sua nova casa. Conhecidos e desconhecidos, famosos e anônimos. O que atrai tanto a curiosidade das pessoas? A Casa Floresta é o lugar onde o chef mora e trabalha. Não é um restaurante nem um bufê. Ali, bem na sua cozinha e sala de jantar, ele oferece experiências com comida e arte.
Vamos voltar dois anos no tempo para entender essa história. Desde que fechou o Alma Chef, Rameh tem se dedicado a produzir conteúdo para as plataformas digitais. Lançou curso on-line, clube de , lives com caixa de ingredientes e, de repente, percebeu que não cabia mais no seu apartamento. Então, começou a desejar um espaço mais amplo para viver, cozinhar e receber as pessoas com sua esposa, Nath Rodrigues, que é multiartista.
Parece que a antiga casa da Rua Aquiles Lobo, no Bairro Floresta, estava esperando por eles. Havia ado por uma reforma que se encaixou na proposta do casal. Os donos preservaram a fachada e as divisões internas, mas transformaram os fundos com um projeto bem contemporâneo que combina concreto, madeira e vidro. A área de convivência tem cozinha aberta, salas, jardim e piscina.

“Arquitetonicamente falando, a casa tem muita similaridade com o conceito do nosso trabalho. Temos um pé no ado, bebemos na fonte do resgate da tradição, mas, ao mesmo tempo, estamos conectados ao novo mundo”, analisa o chef, que a considera um “presente”.
A Casa Floresta é como um oásis. Ao atravessar a porta, você não ouve mais nenhum barulho da rua. Os olhos logo alcançam uma vista panorâmica do Centro da cidade, emoldurada pela janela da sala.
Por enquanto, esse hall de entrada está vazio, mas a ideia é seja ocupado com peças desenhadas e garimpadas pelos parceiros Casa Tereze (arquitetura) e Studio Tertúlia (design). Já as paredes serão como uma galeria de arte, com obras de artistas mineiros e brasileiros.
Por trás do de madeira, que preenche toda a extensão da sala, estão “escondidos” um banheiro e dois quartos: a suíte do casal e o estúdio de gravação de Nath (ainda em fase de projeto). Do outro lado, fica o quarto onde eles querem receber parentes, amigos e artistas.
Cozinha compartilhada 4j3a5h
Descendo as escadas, você chega ao “coração” da casa. Lá está a cozinha onde Rameh grava vídeos, prepara os menus dos eventos com a equipe e as refeições do dia a dia. Seja qual for o uso, os utensílios são os mesmos, de as a fogão, geladeira e bancada. Futuramente, o plano é para montar uma cozinha de produção no cômodo que fica embaixo da casa e tem entrada independente.

No lugar onde os donos da casa projetaram uma garagem interna, Rameh e Nath instalaram a sala de jantar. Como a área de convivência é toda integrada, distribuída em vários níveis, de lá dá para enxergar a cozinha, a piscina e o jardim com folhagens verdes. Outra mesa de jantar fica de frente para a cozinha. Também dá para se sentar na bancada do chef. Nana Valle é quem faz a produção das mesas.
Não existem regras para o uso da casa. Cada encontro acontece de uma maneira diferente. Na inauguração, quem chegava era recebido pela porta principal e fazia um tour pela casa. Os anfitriões também podem receber os convidados pelo portão da garagem, que dá o direto ao andar de baixo.
Rameh já planeja ocupar a varanda do quarto do casal, que chama de “laje”, com vista para o céu e os prédios da cidade. “Queremos brincar como as diferentes possibilidades que a casa oferece.”
Aos poucos, eles estão abrindo a agenda para eventos particulares e corporativos. A ideia é receber até 20 convidados, uma vez por semana. “Antes de ser uma oportunidade de negócio, é onde vivemos e precisamos e queremos preservar a nossa vida”, pontua o chef.
A ocupação da Casa Floresta começou, no início do mês, pela confraria, que terá cinco encontros mensais. Rameh não chama de aula. Quer que o momento seja menos didático e mais leve, que deixe boas lembranças, inspirações, sabores e acordes.
“Se você quer aprender uma receita, tem conteúdo dos melhores chefs do mundo gratuito na internet. Percebi nas minhas turmas que a grande maioria das pessoas buscam um momento feliz, para brindar e celebrar”, ele aponta.

Os menus contemplam entrada, prato principal e sobremesa, harmonizados com dois vinhos escolhidos pela sommelier Erika Firmo.
O chef também quer oferecer supresas aos convidados. No primeiro encontro, Nath, que faz a curadoria cultural, apresentou obras de artistas mineiros que fazem parte da decoração (selecionados em parceria com a galeria de arte GAL), recitou poema e tocou violino.
Em paralelo, Rameh vai abrir a agenda para confrarias avulsas. As vagas para a primeira data de setembro se esgotaram em dois dias. Não há dúvida de que o ineditismo do lugar gera curiosidade.
“Vivemos o conceito da era digital, em que tudo é muito ível, mas muito distante. Então, todo mundo deseja essa oportunidade de estar na nossa casa e viver uma experiência dentro da nossa intimidade”, observa Nath. A artista acrescenta que lá é um ambiente sem protocolos.
Casa com história 4kn6a
“Você mora aqui">Quintal de Casa
(31) 99785-2847