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Estado de Minas CINEMA

Oscar: Michelle Yeoh é primeira asiática amarela indicada a 'Melhor Atriz'

Atriz foi indicada por seu papel em 'Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo'; e é a primeira indicação amarela feminina da Academia à categoria em 95 anos


26/01/2023 18:12 - atualizado 26/01/2023 19:05

Frame do filme 'Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo' em que Michelle Yeoh está numa cena de luta. Ela é uma mulher asiática amarela de cabelos longos e lisos. Há um machucado em sua testa, que sangra, além de um olhinho de plástico no centro de sua testa. Seu braço está erguido numa posição que sugere luta marcial e ela usa uma camisa florida de mangas longas e um colete vinho.
Michelle Yeoh é indicada à categoria de "Melhor Atriz" no Oscar (foto: A24/Divulgação/Reprodução)

Michelle Yeoh é a primeira asiática amarela a ser indicada para a categoria de “Melhor Atriz” no Oscar, considerado o prêmio mais importante do cinema. Nascida na Malásia, ela foi indicada pelo filme “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” (2022), no qual interpreta Evelyn Wang, uma imigrante chinesa que precisa lidar com problemas relacionados aos negócios e à família.

A atriz, que já é uma grande estrela do cinema asiático e começou a receber maior destaque no cinema hollywoodiano nos últimos meses, também recebeu seu primeiro Globo de Ouro como “Melhor Atriz de Comédia” durante a cerimônia que ocorreu no dia 10 de janeiro deste ano.

A edição do Oscar de 2023 também já é a que mais indicou atores asiáticos na história, com nomes como Ke Huy Quan para “Melhor Ator Coadjuvante” e Stephanie Hsu para “Melhor Atriz Coadjuvante”, ambos por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, além de Hong Chau por “A baleia”, para a mesma categoria de Hsu.
 
 

Histórico de indicadas a Melhor Atriz

A categoria do Oscar de “Melhor Atriz” é considerada, historicamente, uma das mais brancas e menos diversas da Academia. Em 95 anos de Academia, cerca de doze mulheres negras foram indicadas e apenas uma foi vencedora da categoria: Halle Berry pelo filme “A Última Ceia” (2001), o que aconteceu há mais de 20 anos. Mulheres latinas totalizam quatro indicações, sendo a primeira delas em 1999, com Fernanda Montenegro por “Central do Brasil” (1998); e indígenas foram duas, com a primeira indicação em 2004 com Keisha Castle-Hughes por “Encantadora de Baleias” (2002).

E até esta semana, não havia nenhuma indicação de uma mulher que se autodeclarasse asiática e amarela à categoria de “Melhor Atriz”. Antes de Michelle Yeoh, a Academia já havia indicado duas mulheres nascidas na Índia: Oberon Merle foi nomeada por “The Dark Angel” (1936) e Vivien Leigh chegou a ganhar duas estatuetas por seus trabalhos em “...E o Vento Levou” (1939) e em “Um Bonde chamado Desejo” (1951). No entanto, por terem abilidade branca, ambas negavam sua ascendência asiática.

Outras indicações notórias, como as de Salma Hayek (ascendência libanesa) e vitórias, como as de Cher (ascendência armênia) e de Natalie Portman (ascendência israelense/russa), também se fazem presentes. Apesar disso, nenhuma delas, que afirmam ter anteados vindos da Ásia Ocidental, se autodeclaram asiáticas.

Curiosamente, a personagem de Michelle Yeoh em “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” não é a primeira personagem asiática reconhecida pela Academia. Na décima edição do Oscar, a atriz Luise Rainer, que é branca, chegou a ganhar o Oscar de “Melhor Atriz” por seu papel em “Terra dos Deuses” (1937), no qual interpretou O-Lan, a esposa chinesa de um fazendeiro camponês – também interpretado por um ator branco, Paul Muni.
 

Trajetória da atriz

Antes de se tornar atriz, Michelle Yeoh era bailarina e procurava uma carreira no ballet. Após uma lesão em 1983, no entanto, ela precisou mudar de planos. A mãe a inscreveu no concurso da Miss Malásia, de onde saiu vencedora e, logo, foi contratada para contracenar com Jackie Chan em um anúncio publicitário de uma produtora que também trabalhava com cinema. A partir daí, cresceu na área e tornou-se uma estrela na Ásia, protagonizando diversos filmes de ação no circuito de Hong Kong, utilizando suas habilidades físicas para realizar manobras em cenas de luta.

Em 1995, pensou em abandonar a carreira de atriz após uma série de lesões provocadas pelas cenas de luta nos filmes, mas uma visita de Quentin Tarantino, que promovia o filme “Pulp Fiction” (1994) em Hong Kong, a fez mudar de ideia. Ele, que é grande fã do cinema de artes marciais, se mostrou tão irador de Yeoh que a motivou a continuar na carreira.

Curiosamente, em 2022, a atriz afirmou que gostaria de ter participado do filme “Kill Bill - Volume 1” (2003), mas que na época Quentin Tarantino a recusou com o argumento de que não seria crível para os espectadores que ela apanhasse de Uma Thurman. “Já perguntei ao Quentin por que ele não me chamou pro filme. Ele é muito inteligente, e disse: ‘Quem acreditaria que a Uma Thurman consegue acabar com você">
 
 
A atriz, que em 2022 foi nomeada Ícone do Ano pela revista Times em 2022, ainda tem muitos projetos na agenda. Em dezembro estreou na minissérie “The Witcher: Blood Origin”, na qual interpreta uma das personagens principais, e está confirmada na adaptação dos livros de Agatha Christie dirigidos por Kenneth Branagh, além de participar de “Transformers: O Despertar das Feras”, previstos para lançamento ainda em 2023.

A partir de 2024, também já há garantias: ela será uma das novas personagens dos próximos filmes da franquia de “Avatar” – 3, 4 e 5 –, nos quais interpretará a cientista humana Karina Mogue, e estreará como a protagonista de “Malvadas”, adaptação de um grande musical da Broadway.
 

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