São Paulo – O aumento das tarifas de energia no país devido ao uso das usinas térmicas deve forçar uma queda de 3% no consumo em Minas no comparativo com o ano ado, segundo projeções da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig). Caso esse panorama se concretize no estado e se repita no país com taxas próximas, a estatal acredita que é possível até mesmo evitar o racionamento. Mas até mesmo a estagnação do consumo energético já é tida como ótima pela companhia.
Depois da primeira reunião com investidores da nova diretoria, em São Paulo, o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da empresa, Luiz Fernando Rolla, afirmou que o consumo está atrelado ao preço e que, a partir da apresentação dos novos valores, “muito provavelmente” o consumo deve ser reduzido. “As pessoas quando olharem o valor da conta a ser paga vão fazer voluntariamente um processo de racionalização”, diz. A avaliação é que nem no cenário mais crítico o consumo terá redução semelhante ao de 2001, no apagão do governo Fernando Henrique Cardoso.
No âmbito nacional, a Cemig projeta estabilidade do consumo em 2015. Em Minas, a tendência é que o consumo caia acima da média do país devido à sensibilidade do custo para o setor industrial, que tem consumo mais relevante que a média nacional. “Isso vai ter um reflexo. Pode ser até que, se a resposta for muito boa, alivie a situação de estresse que estamos ando e não seja necessário um racionamento”, avaliou Luiz Fernando.
Apesar de não revelar os valores, a Cemig já fez o pedido de reajuste extraordinário à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A análise deve ser feita até o fim do mês, segundo a agência reguladora e pode vigorar já em março. O custo deve incluir a alta da energia de Itaipu e o não ree de fundos do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Fora isso, em abril, é feita a revisão ordinária da estatal.
Sobre a projeção para os reservatórios, a Cemig trabalha com os números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, a expectativa é que até o encerramento do período chuvoso, em abril, esteja entre 30% e 35% da capacidade total. Atualmente, o volume médio é de 16,57%.
*O jornalista viajou a convite da Cemig