
“Estive com ele no presídio ontem (quinta-feira) e ele achou melhor só a Ingrid ir ao Fórum. A avó dele, que foi quem o criou, é muito idosa e Bruno quis evitar mais exposição da família”, disse o advogado. “Mas ele está otimista e vai sair de lá pronto para comemorar”. Se depender da mãe de Eliza, Sônia Moura, isso não vai acontecer. Ela chega a Belo Horizonte na madrugada de segunda-feira, acompanhada de sua advogada. O bebê Bruninho ficará na casa dos sogros de Sônia, em Mato Grosso do Sul. “Quero que paguem pelo que fizeram e ainda tenho esperanças de recuperar os restos mortais da minha filha para enterrá-los”, disse Sônia, que será ouvida em plenário.
Da casa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que carrega uma tatuagem nas costas em homenagem ao goleiro - feita inclusive no dia em que Eliza foi sequestrada - vão todos. Pais, avós e a esposa foram cadastrados pelo advogado Leonardo Diniz e eles vão se revezar. “Será um julgamento muito longo, não tinha como negar. Cada um ficará um pouquinho”, explicou Diniz. Segundo ele, Macarrão está tranquilo.
A ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues de Souza, que responde em liberdade por sequestro e cárcere privado do bebê Bruninho, deverá ir ao júri acompanhada de dois irmãos. Já a defesa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos criticou o número de familiares. Bola está preso em São Joaquim de Bicas e, semana ada, foi absolvido no processo sobre o assassinato de um carcereiro, em 2000. “Sugerimos que eles se resolvessem entre eles, mas consideramos um absurdo que apenas dois parentes possam acompanhar o fim do processo e o recomeço da vida dele, por causa do grande número de jornalistas credenciados”, reclamou o advogado Fernando Magalhães.
Os advogados do ex-policial arrolaram como testemunha o perito Jorge Sanguinetti, contratado pela defesa durante as investigações para fazer perícia na casa de Bola. Ele afirma que não encontrou sinais de execução nem restos mortais da modelo.
Na ausência das principais testemunhas, os primos do goleiro Sérgio Rosa Sales, morto em agosto, e J., que cumpriu medida socioeducativa e hoje integra um programa de proteção a pessoas ameaçadas de morte, três delegados que participaram das investigações e ouviram os depoimentos dos primos de Bruno serão ouvidos pelo juízo: Edson Moreira, que chefiava o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, e as delegadas Alessandra Escobar Vieira Wilke e Ana Maria dos Santos Paes da Costa. A acusação também requereu o depoimento do preso Jaílson Alves de Oliveira, que dividia cela com Bola e denunciou um plano do ex-policial civil de matar a juíza e outras autoridades envolvidas no caso. Segundo Jaílson, Bola teria itido o crime.