(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Show de bola era para ser da Seleção na Copa, mas ele aconteceu fora de campo 6w4c23

Mundial proporcionou uma confraternização com turistas jamais vista na capital e muitas histórias para contar 176z2e


postado em 14/07/2014 00:12 / atualizado em 14/07/2014 11:41

Tiago de Holanda

De repente, ruas e praças começaram a ficar coloridas com camisas e bandeiras de dezenas de países em meio ao verde-amarelo. BH virou poliglota nas ruas, nos bares e nos pontos turísticos. De um lado, torcedores iranianos brincavam com argentinos. De outro, gregos tiravam fotos com colombianos. Na Savassi, milhares de estrangeiros e brasileiros festejaram juntos. Uma Copa inesquecível para a capital, que nunca havia recebido tantos turistas de outros países. Foram quase 160 mil. Antes mesmo de o Mineirão se despedir do torneio, no dia 8, muitos já sentiam saudade do ar cosmopolita. Muitas foram as histórias e personagens memoráveis para compensar a decepção em campo. O EM destaca momentos marcantes do Mundial.

 

(foto: Gladyston Rodrigues/EM DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM DA Press)
Colombianos no morro

» A Savassi foi o local de maior concentração de estrangeiros durante a Copa em BH, mas um grupo de torcedores colombianos optou por uma região que costuma escapar aos turistas. Cerca de 40 se hospedaram no Morro do Papagaio. Eles vieram para o jogo Atlético x Nacional de Medellín, pela Copa Libertadores, em maio, e decidiram ficar para o Mundial. Foram acolhidos por famílias do aglomerado e venderam bijuterias para pagar a estada de R$ 500 por mês.



(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM DA Press)
Equatorianos de fôlego

» O engenheiro mecânico equatoriano Ernesto Veintimilla, de 31 anos, e o biólogo Andrés Verdezoto, de 30, moram em Loja, na fronteira de seu país com o Peru. A dupla fez um pitstop em BH antes de seguir para o Rio de Janeiro. Os dois pedalaram 7,3 mil quilômetros, sem cansaço. Em 23 de junho, já haviam percorrido quase 100km por dia desde 28 de março, depois de ar pela costa peruana, a Cordilheira dos Andes, Cuzco e o Lago Titicaca, até chegar ao Brasil.



(foto: Rodrigo Clemente/EM DA Press)
(foto: Rodrigo Clemente/EM DA Press)
Buenos Aires é aqui


» Ares do Bairro La Boca, em Buenos Aires, na Argentina, para a Praça da Savassi. Os irmãos Luan Diego Huerga, de 24 anos, e Araceli (foto), de 22, vestiram o figurino e dançaram um tango no point da Região Centro-Sul que mais recebeu turistas em BH. Eles encantaram visitantes com os os da dança que mescla drama, paixão e sensualidade. Atraíram tantos olhares que provavelmente conquistaram o objetivo: assistir ao jogo da Argentina no Mineirão. “Dançamos juntos desde criança, quando eu tinha 10 anos e Araceli, 8. Amamos o tango”, contou Juan.



 Bate e volta chinês

» O chinês Zhang Weig, de 43 anos, chegou a Belo Horizonte em 26 de junho, depois de 22 horas de viagem, e voltou para o outro lado do planeta dia 30, tendo assistido somente à partida entre Brasil e Chile, no Mineirão, durante sua agem pelo Brasil. “Amo muito o futebol e queria ficar todo o torneio, mas não consegui férias nessa época. De qualquer forma, vim assistir a uma partida. Que bom ser um jogo do Brasil”, disse Zhang.



Pijama? Não, gandourah


» Quatro argelinos vestindo a gandourah, ou kamis, traje típico do país, chamaram a atenção no Bairro Funcionários, em BH. “Eles estão de pijama">


Missas poliglotas


» A hospitalidade mineira foi muito além dos bares, restaurantes, hotéis e pontos turísticos. A maior tradição de Minas também abriu suas portas para os turistas: as igrejas. Templos promoveram, aos domingos, missas em diversos idiomas. Os estrangeiros ficaram satisfeitos e foram agradecer a Deus a oportunidade de conhecer o Brasil. As celebrações eucarísticas em espanhol, inglês, alemão e até em árabe fizeram parte da programação especial da Arquidiocese de Belo Horizonte. Os padres foram convidados pelos párocos e, geralmente, foram estrangeiros que já viviam em Minas.



Adeus ao relógio

» E o relógio da Copa tombou, na calada da noite, depois de quase três anos fincado na Praça da Liberdade. A grande ampulheta espelhada que fez a contagem regressiva de mil dias para o início do Mundial tornou-se, além de parte da paisagem, alvo constante dos manifestantes. Assim que o foi zerado, horas antes da estreia do Brasil, ele foi removido. Idealizado por Rene Salviano, empresário belo-horizontino que atua na área de marketing esportivo, o relógio foi levado para a sede da empresa de madrugada e, lá, ficou no chão.



Taxista de 4 copas

» Com o traje típico da Bavária – ele mora na cidade de Bad Tölz –, o taxista Matthäus Hammerl, de 70 anos, chamava a atenção ontem, na Savassi. Torcedor do Bayern, o simpático alemão, pai de três filhas e avô de quatro netos, assistiu à sua quarta Copa do Mundo. “Fui ao Japão e à Coreia, em 2002, depois vi as partidas no meu país, estive na África do Sul em 2010 e agora vim ao Brasil”, disse. Matthäus confidenciou que a melhor Copa foi a que ele não viu. “Foi a de 1970, no México, quando o Brasil ganhou”, revelou, balançando um cincerro dourado, usado como guia para bois e cabras.



Inhotim encantado

» “É o melhor museu do mundo. Nunca vi algo parecido”, afirmou, irado, o norte-americano Danny Hoenig, de 56 anos, ao conhecer o Instituto Inhotim, em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. Desde o início da Copa, visitantes de mais de 20 nacionalidades aram por lá – como as uruguaias Silvana D’Mikos e Patricia Rivero (foto). O centro de arte contemporânea costuma receber 20% de estrangeiros entre seus visitantes por dia. Das cerca de 3 mil pessoas que foram diariamente a Inhotim na primeira semana do Mundial, 60% moravam no exterior.



Selfies de ageiros

» Do banco de trás do táxi Siena de Leonardo Coimbra, de 39 anos, ingleses conheceram os bares da Savassi, colombianos viram sua Seleção vencer pela primeira vez no Mineirão, iranianos experimentaram quitutes do Mercado Central e argentinos viram as obras de Oscar Niemeyer na Pampulha. Com 20 anos de praça, Leonardo nunca tinha levado tantos estrangeiros em seu táxi. E ele fez questão de registrar pelo celular cada grupo de gringos que transportou. “Falei para eles (os estrangeiros) que ia fazer um álbum e todos concordaram em posar para a foto”, disse. 

 

 

receba nossa newsletter 4h52r

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso! 2265

*Para comentar, faça seu ou assine 6j5n34

Publicidade

(none) || (none)