
Mais de mil pessoas estão desabrigadas até o momento em Raposos. De acordo com a secretária de desenvolvimento social do município, Ana Mota, a situação é de calamidade uma vez que o leito do Rio das Velhas continua a subir. Os bombeiros que trabalharam durante toda a madrugada deixaram a cidade pela manhã. Segundo a secretária, novas equipes são aguardadas porque há muitos moradores ilhados. A cidade tem 18 mil habitantes, e 70% em áreas de risco.
No Bairro Ponte de Ferro, entre a MG 30 e o Rio das Velhas, na entrada do município, moradores aram a noite em claro observando a subida das águas.

Segundo os moradores, a prefeitura e a Defesa Civil estiveram com eles e recomendaram a retirada. A doméstica Nivalda Almeida Santos, de 50 anos, conta que conseguiu retirar mantimentos, documentos e algumas roupas da moradia, mas deixou móveis e pertences para trás.


José Cláudio Bintecourt, 59 anos, motorista de caminhão, deixou sua casa com mulher e filhos por "precaução". Ele conta que depois da enchente de 1997, precisou subir o muro de arrimo, mas outras enchentes aconteceram. "A de 97 foi a pior que já presenciei em 26 anos que moro no Ponte de Ferro. Mas estamos preocupados hoje e amos a noite em claro". O temor dos moradores ribeirinhos é de possibilidade de rompimento de barragem a montante, em Itabirito o que aumentaria a tragédia.
A mobilização para retirada das famílias começou às 22h de ontem, com equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. A Ponte sobre o Rio das Velhas foi totalmente interditada, inclusive para pedestres, por volta das 11h30. Bombeiros civis de Nova Lima, também, auxiliam no resgate das vítimas. Comerciantes tentam tirar o que podem das mercadorias.
