
Carina Pereira dos Santos tem 35 anos e há 28 está na Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare). Ela, os irmãos e a mãe sempre trabalharam como catadores de recicláveis e atualmente sobrevivem de doações de cestas básicas e do que arrecadam com os poucos quilos de material que conseguem catar.
“A dificuldade é grande. Minha mãe está com o carrinho vazio, ela tem 70 anos. Meus irmãos também estão tentando, mas os carrinhos sempre ficam vazios. Estamos pegando com Deus e na fé, vivendo da cesta básica da prefeitura e da ajuda dos que ainda têm coração e são solidários com a associação”, ela diz. E completa: “Somos vulneráveis, né">(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Um desses locais é o depósito de recicláveis que Eduardo Pereira gerencia. Segundo ele, há cerca de cinco anos começou a receber latinhas.
Costuma funcionar da sexta-feira de carnaval à quarta-feira de cinzas, período em que há muito movimento em seu negócio. Mas, neste ano, não está valendo muito a pena ficar aberto: “Normalmente, dava umas três ou quatro toneladas de material. Neste ano, o depósito também está aberto desde sexta-feira e consegui só 200kg”.
Reajuste de preços 2u1w3e
Em anos anteriores, o quilo de alumínio era comprado por R$ 3,30, enquanto as garrafas pets saíam a R$ 0,80. Agora, com a pandemia de COVID-19, os recicláveis estão mais escassos, e o preço de compra foi reajustado.
São R$ 5 para latinhas e R$ 1,50 para garrafas.
Como há pouco material para os catadores, o faturamento não aumenta, apesar da elevação do valor.
São R$ 5 para latinhas e R$ 1,50 para garrafas.
Como há pouco material para os catadores, o faturamento não aumenta, apesar da elevação do valor.
Eduardo lamenta a queda no movimento: “Em torno de 20 pessoas, por dia, entram na loja atualmente. Em outros carnavais, havia de 80 a 100 pessoas para vender material diariamente. No ano ado, foram mais de 300, havia fila o tempo todo”.
A Ancat informou que está na terceira fase de uma campanha de solidariedade aos catadores, na qual são arrecadadas cestas básicas e doações.
Várias empresas contribuíram, mas, especificamente no carnaval, a Ambev entrou em contato com a associação para fazer uma doação financeira a 2.800 catadores que trabalharam cadastrados no carnaval do ano ado.
Várias empresas contribuíram, mas, especificamente no carnaval, a Ambev entrou em contato com a associação para fazer uma doação financeira a 2.800 catadores que trabalharam cadastrados no carnaval do ano ado.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina