Os preços da maior parte das commodities sofreram queda nesta semana com a valorização do dólar após o anúncio do pacote de medidas do Banco Central Europeu (BCE) para estimular a economia da zona do euro.
"A semana foi de retração no mercado das commodities", afirmou o analista Ole Hansen, do SaxoBank.
"Muitos fatores levaram a essa retração, inclusive o dólar forte, impulsionado pela surpreendente intervenção na taxa de juros realizada pelo BCE", completou.
O dólar forte torna os preços do petróleo e de outras commodities mais caros para compradores que utilizam divisas mais baratas.
PETRÓLEO: o mercado do petróleo caiu com as notícias de que o emprego nos Estados Unidos - maiores consumidores da matéria-prima- cresceu abaixo do previsto. Foram criados 142 mil postos em agosto, enquanto a expectativa era de 200 mil novas vagas.
Outro dado desestimulante foi o crescimento nulo da zona do euro no segundo trimestre. Os negociadores também levaram em conta a ampla oferta de petróleo e acompanham atentamente o cessar-fogo entre a Ucrânia e os rebeldes pró-Rússia.
O mercado de petróleo começou a semana com pouco movimento, em razão do feriado do Dia do Trabalho nos EUA. Na terça-feira, as cotações sofreram queda, influenciadas por dados pouco animadores da indústria de Europa e China, dois grandes consumidores da matéria-prima. Na quarta-feira, os preços se recuperaram com as notícias de cessar-fogo na Ucrânia. Na quinta-feira, a cotação commodity fechou em alta, estimulada pelo anúncio do BCE.
Nesta sexta-feira, o barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em outubro aumentou 1,16 dólar no New York Mercantile Exchange (Nymex), a 93,29 dólares.
Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega no mesmo prazo fechou a 100,82 dólares no Intercontinental Exchange (ICE), uma queda de 1,01 dólar em relação ao fechamento de quinta-feira.
- Ouro em queda -
METAIS PRECIOSOS: Com a valorização do dólar, o ouro sofreu uma queda mensal de 2,5%, chegando a ser cotado a 1.257,39 dólares a onça.
Nesta sexta-feira, no London Bullion Market, o preço do ouro ficou em 1.266 dólares a onça. Na semana ada, o ouro valia 1.285,75 dólares.
A prata também sofreu queda, cotada a 19,13 dólares em comparação aos 19,47 dólares da semana ada.
No London Platinum and Palladium Market, a platina recuou de 1.424 dólares na semana ada para 1.406 dólares a onça nesta sexta-feira. O paládio caiu para 887 dólares, 11 dólares abaixo da semana anterior.
METAIS INDUSTRIAIS: a maioria dos metais industriais recuou, mas o preço do níquel teve alta com a possibilidade de as exportações das Filipinas serem proibidas.
Nesta sexta-feira no London Metal Exchange, o cobre para entrega em três meses caiu para 6.932,75 a tonelada; o alumínio, para 2.098 dólares a tonelada; o chumbo, para 2.209,25 a tonelada; o estanho, para 21.390 dólares a tonelada.
Já o níquel teve alta, cotado a 19.460 dólares a tonelada. O zinco também subiu, para 2.395 dólares a tonelada.
- Açúcar sofre maior queda em sete meses -
CAFÉ: os preços do café divergiram, com o mercado preocupado com a oferta brasileira da commodity.
Nesta sexta-feira, o Arábica para entrega em dezembro caiu para 200,50 centavos de dólar o quilo, no ICE Futures US, em comparação aos 200,80 centavos da semana ada.
No LIFFE, o Robusta para novembro avançou para os 2.086 dólares a tonelada. Na semana ada, a cotação foi de 2.049.
AÇÚCAR: o açúcar teve a maior queda em sete meses, devido a um excesso de oferta.
"Os preços baixos são reflexo da ampla oferta global, associada às expectativas de novo excedente em 2014/15", disseram analistas do Ecobank.
Nesta sexta-feira, o preço da tonelada de açúcar refinado para entrega em outubro ficou em 415,80 dólares, no LIFFE. Na semana anterior, a cotação foi de 427,50.
No ICE Futures US, o preço do açúcar sem refino para entrega em outubro caiu para 15,06 centavos de dólar o quilo, em comparação aos 15,64 centavos da semana ada.