Bolsonaro: 'Ações no início da pandemia garantiram vacinação'. É mentira 5d275f
Ministério da Saúde recusou ofertas de até 60 milhões de doses da CoronaVac feitas pelo Butantan em junho do ano ado; também não fechou com a Pfizer 5v1um
Afirmação de Bolsonaro de que trabalhou por vacinas desde o começo da pandemia é falsa (foto: Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em pronunciamento reproduzido em cadeia de rádio e televisão nesta terça-feira (23/03), afirmou que, graças às ações tomadas pelo governo federal no começo da pandemia da COVID-19, o Brasil registra, atualmente, 32 milhões de doses distribuídas aos estados. No entanto, a afirmação de Bolsonaro é falsa.
"Quero destacar que, hoje, somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacinas distribuídas para todos os estados da federação, graças às ações que tomamos logo no início da pandemia", disse.
Em 27 de junho do ano ado, o governo federal assinou um acordo de cooperação com o laboratório AstraZeneca, para o desenvolvimento da vacina criada pela Universidade de Oxford, no Brasil, por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No entanto, no dia 30 de julho, o Ministério da Saúde recusou uma oferta do Instituto Butantan, que oferecia 60 milhões de doses a partir do último trimestre do ano ado.
No dia 18 de agosto de 2020, o Instituto Butantan voltou a fazer contato com o Ministério da Saúde oferecendo 45 milhões de doses em dezembro e 15 milhões no primeiro trimestre de 2021. A entidade oferecia as vacinas ao custo de R$ 21,50 por dose. Assim como na primeira oferta, a pasta federal nunca respondeu à proposta dos paulistas.
Em outubro do ano ado, mais precisamente no dia 7, o Instituto Butantan entregou mais um ofício ao Ministério da Saúde, solicitando a manifestação da pasta o mais breve possível. Na ocasião, o ministro da época, Eduardo Pazuello, respondeu com a intenção de comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, compra que foi vetada por Bolsonaro, que afirmou que cancelaria a aquisição da "vacina chinesa do Doria (João Doria, governador de São Paulo)".
"Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade", afirmou Bolsonaro, na época.
Por duas vezes, Bolsonaro rejeitou a compra de vacinas nas redes sociais (foto: Reprodução/Redes sociais)
Por duas vezes, Bolsonaro rejeitou a compra de vacinas nas redes sociais (foto: Reprodução/Redes sociais)