
A embaixada também afirma que as consequências para a prática são sérias: o viajante não recebe o benefício imigratório e também pode enfrentar multas. A lei federal nos Estados Unidos determina que a pena chega a 10 anos de prisão para quem é réu primário e não tinha objetivo de praticar crimes de terrorismo ou tráfico de drogas.
Acontece que a fraude teria ocorrido em 2021, antes de Bolsonaro fazer três viagens até os EUA. Como ele ainda era presidente, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), o comprovante de vacinação contra COVID-19 era dispensável, por ser uma pessoa em missão diplomática por um governo estrangeiro.
- Cartão de Bolsonaro pode ter sido alterado às vésperas de viagem aos EUA
No entanto, a última viagem de Bolsonaro até a Flórida ocorreu em 30 de dezembro, dois dias antes dele perder o cargo de presidente. Como ele desembarcou em um avião da Força Aérea Brasileira, o cartão de vacina não foi exigido pelas autoridades. Nos Estados Unidos, Bolsonaro ficou por três meses, sendo dois sem o visto diplomático, vencido no final de janeiro.
A exigência do comprovante de vacinação nos Estados Unidos termina em 11 de maio, quando o país encerra o decreto de emergência sanitária por Covid-19.
Operação Venire 2u3j4v
Na manhã desta quarta-feira (3/5) a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Venire que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a COVID-19 no sistema do Ministério da Saúde. Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão e seis prisões preventivas foram cumpridas, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, os seguranças e assessores especiais, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, foram presos durante as diligências. Bolsonaro deveria prestar depoimento à PF, mas se recusou por não ter tido o aos autos do processo. O ex-presidente, no entanto, já confessou que não se vacinou e que apenas Michelle Bolsonaro foi imunizada.