
"Sandro sempre soube que era adotado, mas não que Kátia era traficante de crianças. Essa foi uma porrada que ele recebeu quando ainda estava preso. Lurdes faz muito para ajudá-lo; é uma demonstração de carinho que desconhecia. E, aí, tem todos os irmãos. O personagem vai se cercar de gente que a vida inteira procurou por ele. Isso será transformador para seu caráter", analisa o ator.
Após deixar o presídio, Sandro se envolveu novamente com Marconi (Douglas Silva), o que decepciona Lurdes. Ainda assim, a nordestina continuará fazendo de tudo para mudar o comportamento do rapaz. Para Humberto, é natural que o personagem tenha algumas recaídas no meio desse processo de redenção.
"Talvez, ele possa querer voltar para o ambiente em que foi criado, para os amigos e a galera. No entanto, isso também pode ser visto como o retorno para uma vida que é justamente o que o Sandro está querendo superar. Novela é algo longo, mais de 100 capítulos", defende.
Para viver Sandro, Carrão visitou presídios em Bangu,na Zona Oeste do Rio. Isso foi importante para sentir na pele o que seria a essência do ado do personagem. Para o ator, uma vivência impossível de esquecer. "Fiz questão de ir em dia de visita para encontrar as famílias, entender a força dos parentes visitando e a dureza do preso que não recebe ninguém. Foi uma experiência inacreditável! Essa visita vai seguir na minha cabeça", entrega.
CINEMA 703km
Antes de Amor de mãe, a última novela de Carrão foi A lei do amor (Globo, 2016). Depois, chegou a participar da segunda temporada de Sob pressão (Globo, 2018). Mas evitou folhetins para se dedicar mais ao cinema e também ao roteiro de seu primeiro filme como diretor, que está escrevendo com Ana Maria Gonçalves, autora do livro Um defeito de cor. Embora o projeto ainda não esteja finalizado, ele acredita que pode conciliar essa tarefa com a trama de Manuela Dias: "Novela dura muito tempo e, às vezes, é difícil de colocar na agenda porque há filmes, coisas acontecendo fora e você quer fazer. Fiquei quase um ano e meio me dedicando a esse roteiro. Produzir cinema é uma dificuldade grande nesse momento que o Brasil enfrenta”. (Estadão Conteúdo)