Anna Marina
Anna Marina
MEMÓRIAS DE BH

Alguém poderia imaginar que o Automóvel Clube pertence ao governo de Minas?

Queria saber qual foi o governador que facilitou sua construção, claro está, com o dinheiro dos impostos pagos pelo belo-horizontino

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Há coisas nesta cidade totalmente desconhecidas, só ficamos sabendo delas quando saem no jornal. Alguém poderia imaginar que o clube mais fechado, mais exclusivo e mais tradicional de BH, o Automóvel Clube, fosse do governo?

Que aquela sede intocável, sem nenhuma modificação possível, pertence ao governo de Minas Gerais e pode ser vendida a qualquer um?

Que o “mais britânico” poderia entrar na lista de propriedades que o governo pode ar adiante para pagar suas dívidas?

Na minha tolice, sempre pensei que o clube pertencesse aos sócios remidos, que pagam a cota estipulada pela diretoria para frequentar suas instalações.

E agora vem esta: o prédio onde funciona o AC é do governo. Sem o clube funcionando, o que os associados remidos teriam em mãos? Apenas a carteira de sócio sem nenhum valor?

Agora que fiquei sabendo quem é o dono do prédio, queria saber também qual foi o governador que facilitou sua construção, claro está, com o dinheiro dos impostos pagos pelo belo-horizontino.

Deve ter havido um grupo grande de influenciadores para levar o governador a fornecer recursos para a construção do prédio na capital que abrigaria uma sociedade particular.

Deve vir disso a impossibilidade de construir o quinto andar para dar mais espaço e comodidade à turma que ocupa o quarto andar, onde fica o cassino mais bem frequentado de Belo Horizonte.

Mesmo quando o Cassino da Pampulha foi fechado, pois os jogos estavam proibidos por lei, o carteado corria solto no quarto andar do Automóvel Clube.

Apreciadores vinham à tarde – quem perdia tempo ficando na portaria do clube podia ver a lista de homens que chegavam.

Mulheres eram proibidas. Ingressavam ali médicos, advogados, empresários, a fina flor do empresariado de Minas.

Para evitar contratempos, o jogo não virava a noite, parava no começo da madrugada.

Faz parte do folclore do AC o caso da mulher que conseguiu furar o bloqueio e subir ao quarto andar para jogar. Como ela perdia a hora e queria ar a noite no carteado, criou-se um grupo de frequentadores que interrompiam a jogatina para levá-la de volta para casa.

Quantas fortunas ficaram naquele salão... E muita gente ficou rica com o carteado ilegal – mas conhecido por todos. Acredito que a polícia fechava os olhos, porque não queria criar caso com nomes importantes que não podiam deixar as cartas de lado.

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Posso estar enganada, mas tentou-se criar uma sala de carteado na boate, onde ficariam mulheres cujos maridos estavam no quarto andar. A ideia não vingou, porque elas preferiam cartas para ler a sorte e outras brincadeiras que já caíram de moda.

Anos mais tarde, permitiu-se a presença feminina nas mesas redondas de carteado no quarto andar. E não foram poucas as que aram a frequentar o local, sem nenhum conflito com o time masculino.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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