Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

Clubes brasileiros desperdiçam mais uma chance

"A liga verde-amarela já nasceu rachada, a LFU de um lado, a Libra de outro"

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Os dirigentes dos principais clubes brasileiros estão perdendo uma grande chance de mudar de patamar na atual crise de comando da CBF. Ao invés de se unirem e criarem a liga independente, com autonomia para negociar direitos de transmissão e patrocínio, preferem continuar reclamando que não são ouvidos pela entidade máxima do futebol brasileiro, que as federações estaduais definem quem estará no comando, que não são valorizados.

Através da liga, os clubes ariam a organizar competições como o Campeonato Brasileiro das Séries A e B, enquanto caberia à CBF a istração da Seleção Brasileira, a organização das divisões inferiores, o registro de atletas e o credenciamento de árbitros, que obrigatoriamente seriam profissionais e teriam constante aprimoramento de suas funções, tal qual os jogadores.

Condições para isso não faltam. Estudo do site Sportingpedia coloca o Campeonato Brasileiro como a sexta liga nacional de futebol mais valiosa do mundo. Avaliada em 1,63 bilhão de euros (R$ 9,81 bilhões), está à frente do Campeonato Português, o sétimo colocado, por exemplo, e atrás apenas da Premier League inglesa (11,77 bilhões de euros), da espanhola LaLiga (5,29 bilhões de euros), da Série A italiana (5,07 bilhões de euros), da Bundesliga alemã (4,48 bilhões de euros) e da Ligue 1 sa (3,52 bilhões de euros). O Top 10 é completado por Eredivisie holandesa (1,28 bilhão de euros), pela norte-americana MLS (1,24 bilhão de euros) e pela Super Lig (1,15 bilhão de euros), da Turquia.

Mas os dirigentes não conseguem ter o mínimo de entendimento. A liga verde-amarela já nasceu rachada, a LFU de um lado, a Libra de outro. Nem mesmo o advento das SAFs, adotadas por algumas das principais agremiações, mudou o quadro.

Ao mesmo tempo, alguns cartolas seguem se perpetuando no comando das federações estaduais, sejam eles próprios os presidentes ou escolhendo familiares para sucedê-los. Há ainda os que atuam nos bastidores, colocando marionetes para dar a cara para bater enquanto atuam nos bastidores. Sempre motivados por poder e por dinheiro, muito dinheiro.

Por isso, não acredito que vá mudar muita coisa com a eleição de um novo mandatário do futebol brasileiro no próximo domingo. Espero estar enganado, mas quando falam em renovação e escolhem apoiar alguém cujo pai está há mais de 40 anos comandando uma federação estadual, ainda mais como candidato único, só posso esperar mais do mesmo.


Poesia

Ao saber da decisão do presidente do Cuiabá de acionar a Câmara Nacional de Resoluções Desportivas (CNRD) para receber dívida da SAF do Atlético referente à contratação do atacante Deyverson, me lembrei do poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade. Como a direção alvinegra reclama da cobrança e diz que também é credor de outros clubes, podemos parodiar o gênio de Itabira e dizer que o Cuiabá cobrava o Atlético, que cobrava o Santos, que cobrava o Grêmio, que cobrava o Athletico-PR, que cobrava o Vasco, que cobrava o Corinthians, que não pagava quase ninguém.

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O Santos voltou para a Série A, o Atlhetico-PR foi para a Série B, o Botafogo ganhou o Brasileiro e a Libertadores, mas este ano divide atenção de seu dono com clubes como Lyon e Crystal Palace, que ainda não haviam entrado na história.

O futebol brasileiro é mesmo um mundo à parte.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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