CINEMA

Oscar 2025: Veja como estão as apostas em vitória de "Ainda estou aqui"

Parte da imprensa americana prevê as estatuetas para Fernanda Torres e Melhor Filme Internacional. Longa de Walter Salles concorre também a Melhor Filme

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Não é exagero dizer que haverá duas cerimônias do Oscar neste domingo (2/3). A primeira, já tradicional, com piadas, alguns discursos interessantes, outros não tanto, e muitas lágrimas. A segunda vai acontecer a milhares de quilômetros do Dolby Theatre, o palco da festa em Los Angeles. Nesta, só três momentos, nas três horas e meia que dura a premiação, terão relevância: no Brasil, só importam as categorias em que “Ainda estou aqui” concorre. 

O anúncio de Melhor Filme Internacional deve ocorrer na primeira metade da cerimônia, já que nos últimos anos a categoria foi a nona das 23 que integram a premiação. Já a de Melhor Atriz, em que Fernanda Torres concorre, e de Melhor Filme serão no início da madrugada de segunda (3/3), já que costumam ser as duas últimas.

Pela primeira vez em quase 100 anos da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o Brasil tem chances reais de levar o Oscar.

Ainda que Fernanda Torres tenha se tornado a “garota nacional” para a ruidosa comunidade das redes sociais, impactado audiências internacionais com sua Eunice Paiva e encantado a imprensa especializada nos Estados Unidos, a probabilidade maior é de que o prêmio fique com a categoria de Melhor Filme Internacional (a de Melhor Filme não é cogitada). 

 

Três réplicas da cobiçada estatueta dourada em frente ao Dolby Theatre, em Los Angeles, onde será realizada a cerimônia do Oscar neste domingo (2/3)
Ontem, três réplicas da cobiçada estatueta dourada podiam ser vistas em frente ao Dolby Theatre, em Los Angeles, onde será realizada a cerimônia do Oscar neste domingo (2/3) Angela Weiss/AFP

tumulto que atingiu a campanha de “Emilia Pérez” desde a revelação de antigos tuítes racistas e xenofóbicos de sua estrela, Karla Sofía Gascón, pode ter favorecido a candidatura brasileira.

Parte da imprensa americana aposta que o troféu de Filme Internacional virá para o Brasil: “Variety”, “The Hollywood Reporter” e “The New York Times” cravaram. Já o “Deadline” continua apostando em “Emilia Pérez”, que venceu o European Film Awards, Bafta, Critics Choice e Globo de Ouro. O “Los Angeles Times” vai na mesma toada: “É provável que os eleitores que lhe deram 13 indicações não o abandonem”.


Apoio

Já nas previsões para Melhor Atriz, o maior apoio que a candidatura de Fernanda Torres recebeu veio do The New York Times: “Vale a pena ser a última concorrente a que as pessoas assistem, e ela está recebendo muitos votos de membros da Academia que estão apenas agora se atualizando com seu filme”.

A “Variety”, que previu corretamente que a brasileira levaria o Globo de Ouro, aposta no Oscar para Demi Moore (“A substância”). Mesma opinião tem o “Deadline”, “Los Angeles Times” e “ The Hollywood Reporter”. A segunda opção seria Mikey Madison (“Anora”).

Contra Fernanda pesa o fato de que, além do Globo de Ouro, cujo grupo de votantes é formado por correspondentes internacionais, ela não foi indicada a nenhum outro dos prêmios vistos como termômetros para o Oscar: Bafta, Critics Choice, Screen Actors. Este último, em especial, é o mais importante, pois parte de seu corpo votante (atores e atrizes) é membro da Academia.

Atualmente, a Academia conta com cerca de 10,9 mil membros. Desses, 9,9 mil estiveram aptos a votar nesta edição. Entre os acadêmicos, 35% são mulheres e 20% pertencem a comunidades étnicas e raciais sub-representadas (negros, asiáticos, latinos, indígenas).

Esta mudança foi gradual e ocorreu a fórceps. Em 2012, o “Los Angeles Times” revelou que a Academia, então com 5,7 mil membros, era 94% branca e 77% masculina. Entre 2015 e 2016, na esteira da campanha #OscarSoWhite (criada diante da ausência de intérpretes negros, asiáticos ou latinos nas categorias de atuação), a instituição finalmente se mexeu. Anunciou uma reformulação entre seus membros, aumentando o número de mulheres e de minorias.

Convites

Ano após ano novos profissionais da indústria, muitos deles brasileiros, foram convidados a integrar a instituição. Rodrigo Santoro e Kleber Mendonça Filho em 2017; Carlinhos Brown, Alice Braga, Vânia Catani e Maria Augusta Ramos em 2018; Laís Bodanzky, Lucy e Luiz Carlos Barreto em 2019 são alguns exemplos.

Fernanda Montenegro, indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1999, é membro vitalício. Walter Salles, Fernando Meirelles, Wagner Moura, Selton Mello também são votantes. Mas o número de brasileiros não chega a uma centena.

Todos os membros votam, on-line, em todas as categorias. Eles são incentivados a assistir a todos os filmes no páreo, com sessões especiais nos cinemas durante a temporada de premiações ou em casa, por meio de um portal de exibição especial.

A pergunta que não tem resposta é: quantas destas 9,9 mil pessoas assistiram aos filmes? Por isto a importância de uma campanha promocional como a que Fernanda Torres e Walter Salles conduziram nos últimos meses. Porque, no fim das contas, o Oscar não é somente sobre cinema.

Notório pessimista, Salles chegará à noite de hoje “com o coração aberto”, segundo afirmou na última sexta, em Los Angeles. Sobre o Oscar, ele disse: “Se vier, veio. Se não vier, a viagem foi linda, muito bonita, dessas que a gente não esquecerá nunca”.

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