INFLUENCIADORA DIGITAL

Menina Veneno: entre pessoa e personagem; entenda a ascensão da influencer

A escolha pelo nome artístico veio da mãe, inspiração central da trajetória da influenciadora digital

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Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, Anna Luiza Chagas, mais conhecida como Menina Veneno, é hoje um dos nomes de maior peso da nova geração de influenciadores digitais no Brasil. Misturando humor, moda e o carisma típico mineiro, ela conquistou o público com vídeos irreverentes, cortes rápidos, silêncios propositalmente constrangedores e uma estética nonsense que virou sua marca registrada.

Para atingir tamanho sucesso, no entanto, o caminho foi longo e desafiador. Natural de São João do Oriente (MG), cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, Veneno começou a gravar vídeos para a internet ainda criança. "Comecei em 2010, fazendo vídeos no aplicativo Vine. Era um jeito de me aproximar do sonho de ser modelo e atriz. Eu não tinha dinheiro para investir nisso, então começar com o humor - que era algo mais palpável dentro minha realidade, poderia me fazer chegar até onde eu almejava", lembra.

 
 
 
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A escolha pelo nome artístico veio da mãe, inspiração central da trajetória da influencer. "Minha mãe me chamava de Menina Veneno por causa da música do Ritchie. Ela dizia que Anna Luiza era bonito, mas não tinha apelo comercial. Quando comecei a ganhar seguidores, lembrei desse pensamento dela: então mudei o meu usuário e decidi assumir esse nome. Era o momento certo".

 

Perda, persistência e virada de chave

A perda da mãe, em 2011, foi um ponto de virada doloroso, mas também decisivo. "Quando ela se foi, fiquei perdida. Muito do meu sonho vinha dela. Mas eu pensava: 'Sou nova, preciso continuar vivendo e criando'. Voltei a gravar em 2012, mas ninguém via. Eram dez visualizações por mês. Hoje, meus vídeos batem 100 mil em minutos".

A persistência foi essencial. Sem equipamentos, com celular de baixa qualidade e pouca estrutura, Anna se desdobrou em criatividade. "Migrei de plataforma em plataforma. ei pelo Facebook, depois fui para o Musical.ly e depois para o TikTok. Mas sempre com a cabeça voltada para o sonho maior".

Foi só em 2023 que o grande público descobriu Menina Veneno. "Eu sempre acreditei que ia acontecer. Quando finalmente viralizei, minha avó - quem me criou - foi a primeira a saber. Ela me perguntou: 'Você vai ficar igual ao Whindersson Nunes?' E eu respondi: 'Tomara!'". 

A primeira publicidade veio logo em seguida, com a Guaraná Antarctica. "Eu nem encontrava o produto na minha cidade. O Aurélio, meu produtor, teve que me ajudar a achar. Foi uma confusão, mas deu certo, e ali começou tudo".

 

Moda como essência

Além do humor, a moda sempre esteve presente na vida da mineira. "Minha avó costura até hoje. Cresci vendo ela e minha mãe costurando juntas. Minha tia sempre se vestiu como naquele filme, 'Matrix', sabe? E eu carrego muito disso comigo. Minha tia me trouxe muitas referências de casaco comprido, de bota alta até o joelho…Sendo assim, até hoje, eu me inspiro totalmente nelas".

 
 
 
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Sobre o conteúdo que produz, Veneno é direta: "Eu busco entender o que funciona ou não comigo. Não faço conteúdo de skincare, por exemplo, porque não tem haver comigo. Mas e se eu transformar um skincare padrão em um skincare humorístico? Então eu busco trabalhar essas ideias…", explica.

A separação entre personagem e pessoa

Hoje, a influenciadora equilibra duas personas: a pública e a privada. "Eu acho que a Menina Veneno é uma coisa muito do sonho de todos, porque ela é autêntica, ela é pra frente e é o que todo mundo gostaria de ser: É modelo, é atriz, é tudo. Ela consegue desenvolver qualquer campo dentro do trabalho dela. Já a Anna, não. A Anna é introspectiva. É o meu outro lado, que é mais tranquilo; de querer só ficar de boa às vezes, não querer aparecer em lugar nenhum", conta.

A criadora de conteúdo confessa ser muito difícil sair da personagem que, por fazer parte de seu trabalho, acaba tomando uma boa parcela de sua vida: "A Veneno já dominou a minha vida, porque ela é o meu trabalho, e trabalho é todo dia, né? Então é difícil, só que nos finais de semana, por exemplo, quando eu não trabalho, eu prefiro ser a Anna Luiza, sabe? A partir disso eu consigo separar as coisas: Vou ser só a Anna Luiza com os meus amigos, com a minha família, com o meu namorado e enfim, ficar de boa".

A fama também trouxe críticas. "Já fui cancelada algumas vezes, muito atacada quando assumi meu namoro… Mas aprendi a filtrar. Leio as críticas construtivas. Comentários sobre meu corpo eu ignoro. Não posso mudar o que os outros pensam. Faço meu trabalho com amor e sigo em frente", comenta.

Raízes firmes e sonhos grandes

A influencer relata sobre seu processo de readaptação em uma nova cidade e a aceitação dos fãs: "Eu, graças a Deus, consegui atingir tantas marcas que eu tive que vir morar em São Paulo e me reinventar. Eu acho que a criatividade é abrangente. Ela é enorme. Você pode usar ela de várias maneiras. As pessoas, de certa forma, aceitaram essa mudança, porque não tem o que fazer. Você tem que evoluir".

"Como eu carrego determinados sonhos, eu dependo de estar em lugares maiores. A minha cidade não a mais o que eu quero: eu não consigo fazer um curso de teatro dentro dela, por exemplo", continua.

Apesar de morar hoje em São Paulo, Veneno não se desconecta da origem: "Continuar com esse processo dentro de uma cidade enorme, com milhões de habitantes, também é difícil, é um desafio. Às vezes eu fico sem ideia alguma do que fazer dentro de um apartamento quadrado, sabe? Mas eu acho que a internet é meio que uma loteria. Se você mantiver as suas raízes, as coisas acabam fluindo".

 
 
 
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O humor como salvação

Veneno se orgulha das conquistas e pretende continuar com seu conteúdo divertido, buscando fazer a diferença na vida das pessoas: "Geralmente, eu falo de moda, mas assim, pode ser qualquer coisa. Eu tenho vários vídeos de culinária, de compras…O importante é carregar autenticidade: todo mundo quer ver você fazendo qualquer coisa, porque eles estão ali atrás da sua essência. Por isso, eu continuo focada no humor", declara.

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"Eu acho que o humor sempre vai ser uma coisa muito forte dentro de mim, porque eu sou mineira, e os mineiros costumam ter esse jeito de ser engraçado e ordinário. Então está na gente", expressa. "Eu sinto que o humor mudou a minha vida, me ajudou muito ao longo dos anos: Sem a minha mãe, com mil problemas, percebi que ele realmente salva e transforma vidas".

Já para quem sonha em começar, ela deixa um conselho direto: "O medo não pode ser maior que seu sonho. Comece com o que você tem. Seja de verdade. E não desista. Demorou pra mim, mas chegou. E vai chegar a sua hora também".

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos

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