Festival de cinema

Cannes 2025: filme de diretor ucraniano faz alerta contra o totalitarismo

Candidato à Palma de Ouro, "Two prosecutors", de Sergei Loznitsa, se a na era Stalin, mas remete à Rússia e aos EUA do século 21

Publicidade
Carregando...

O totalitarismo comunista no pior período do governo Stalin foi o alerta que o ucraniano Sergei Loznitsa levou ao Festival de Cannes, com a exibição de um dos primeiros filmes da mostra competitiva.

Baseado em conto de Georgy Demidov, “Two prosecutors” narra o ingênuo pedido de investigação por maus-tratos apresentado por um promotor recém-nomeado na Rússia soviética de 1937.

O jovem idealista, interpretado por Aleksandr Kuznetsov, membro do Partido Comunista, tenta abrir a investigação sobre um centro de detenção distante de Moscou, onde visitou colega torturado.

A máquina totalitária rapidamente entra em ação para calar a voz dissidente. “Não seja ingênuo. Esta é a mensagem para os espectadores e para mim mesmo”, disse Loznitsa, sobre a trama do primeiro filme que rodou em quase uma década.

Depois de 25 anos de governo Putin, a Rússia se parece com a União Soviética, afirma Loznitsa. Esta mensagem também ressoa diante de retrocessos em muitas democracias.

“A sociedade russa de hoje é diferente da sociedade soviética do século 20, mas a essência é a mesma”, afirma o cineasta, de 60 anos.

Questionado se os Estados Unidos correm o risco de caminhar para o despotismo, ele responde: “Poderia acontecer em qualquer sociedade.”

Putin, Trump e Biden

Enquanto na Rússia de Putin, que invadiu a Ucrânia, dissidentes são detidos, nos Estados Unidos a divisão política é particularmente aguda.

Oposição democrata e esquerda denunciam Donald Trump como autoritário. O presidente republicano responde, por sua vez, que durante o governo do democrata Joe Biden investigações contra ele foram abertas.

“Há pessoas que têm verdadeiro talento para fazer com que a sociedade se dobre a seus desejos mais profundos. Stalin era extremamente talentoso nisso”, diz Loznitsa. De 1924 a 1952, Stalin governou a União Soviética com mão de ferro, louvado durante anos pela esquerda política e pelos intelectuais no Ocidente.

Responsável pelo genocídio de camponeses proprietários de terras na Ucrânia na década de 1930, Stalin também determinou a detenção de centenas de milhares de opositores.

Diretora alemã Mascha Schilinski põe fones de ouvido e sorri durante entrevista no Festival de Cannes
A alemã Mascha Schilinski, diretora do filme 'Sound of falling', revelou que 'uivou de alegria' quando soube que disputaria a Palma de Ouro em Cannes Xavier Galiana/AFP

Drama feminino

Outro destaque do início da mostra competitiva do festival foi “Sound of falling”, segundo longa da alemã Mascha Schilinski. A diretora contou que “uivou de alegria” ao saber que estava no grupo de 22 cineastas selecionados para a disputa da Palma de Ouro.

O filme narra, em episódios curtos, a relação especial de meninas e mulheres em uma fazenda isolada no Norte da Alemanha, ao longo de décadas.

Drama intergeracional, o longa aborda morte, sexo, crueldade e a inocência das crianças. “Mulheres neste filme não escolhem a morte, mas, muitas vezes, é a única possibilidade em que pensam para se libertar radicalmente”, explicou Mascha Schilinski.

CONFIRA OS LOOKS NO TAPETE VERMELHO DO FESTIVAL DE CANNES

Tópicos relacionados:

cannes eua russia ucrania

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay