Sophie Charlotte faz show com Tom Veloso em BH e fala sobre medo de cantar
Apresentação única nesta sexta-feira (16/5), no Teatro Sesiminas, reúne clássicos da MPB e canções inéditas do caçula de Caetano Veloso
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Siga noSophie Charlotte já viveu vilãs, mocinhas e um ícone da música brasileira (a cantora Gal Costa), ao longo dos 20 anos de carreira em teatro, cinema e televisão.
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Enfrentou a pressão de interpretar personagens centrais em novelas das 21h e de dar vida, no cinema, a mulheres marcantes como a funcionária do consulado brasileiro na Alemanha que ajudou judeus a escaparem da perseguição nazista Aracy de Carvalho, a quem Guimarães Rosa dedicou “Grande sertão: Veredas”.
Nada, porém, a deixou tão apavorada quanto subir ao palco, de cara limpa, para cantar. “Fiquei em pânico”, ite, ao lembrar da participação especial que fez no show de Cézar Mendes, em junho de 2024, no Clube Manouche, no Rio de Janeiro, ao lado de Tom Veloso. “Disse para o Tom que estava apavorada. E ele me respondeu que também estava. A gente riu, se abraçou e foi encarar nosso medo. Um deu força para o outro naquele momento”, recorda.
A cumplicidade se transformou em parceria e a experiência daquela noite serviu de ponto de partida para o show que Sophie apresenta nesta sexta-feira (16/5), no Teatro Sesiminas, ao lado do caçula de Caetano Veloso. Em formato intimista, a apresentação reúne canções de Gilberto Gil, Erasmo e Roberto Carlos, composições de Tom – algumas ainda inéditas – e uma parceria dos dois, chamada “É isso, amor”.
Sophie Charlotte e Tom Veloso já tocaram juntos em São Paulo, Salvador e Porto Alegre. “A ideia é mostrar que temos um projeto de show, e não algo pontual”, afirma a atriz e, agora, também cantora. “A recepção que tivemos do público fez a gente querer ir para outras cidades e até gravar um EP com quatro músicas do Tom”, conta.
Singelo até no nome – a apresentação se chama apenas “Sophie Charlotte e Tom Veloso” –, o espetáculo reflete a voz suave de Sophie e o estilo contido e sofisticado de Tom ao violão. O músico de 28 anos evita o exibicionismo técnico e aposta em arranjos enxutos, com acordes dissonantes e cadência inspirada na bossa nova e na MPB dos anos 1970. Não à toa. Cresceu cercado de música e de alguns dos maiores nomes da MPB.
Embora carregue a inevitável herança de ser filho de Caetano – o que sempre rende comparações, muitas vezes injustas –, Tom construiu caminho próprio. Ganhou projeção nacional como integrante da banda Dônica, formada em 2015, que misturava rock progressivo, psicodelia e Tropicália com arranjos ousados e sofisticação harmônica. Depois seguiu carreira solo, marcada por parcerias com Cézar Mendes, Moreno Veloso, João Donato e Rubel.
Toda essa bagagem se reflete no repertório e na condução do show. “Ele tem um violão muito único. Um jeito lindo de tocar, que é singelo e bonito. Isso faz o show ser simples e, ao mesmo tempo, potente. Tem muita verdade ali”, afirma Sophie.
Roberto e Gal
Essa verdade aparece na emoção com que ela interpreta “Sua estupidez”, de Roberto e Erasmo Carlos – eternizada na voz de Gal. Sophie cantou a música em “O rebu”, série da Globo exibida em 2014, e depois ao lado de Roberto Carlos, no especial de fim de ano do cantor, no mesmo ano.
“Não tinha como deixar de fora. É uma música com a qual tenho uma relação muito íntima. Cantá-la no palco com um amigo e compartilhar essa alegria com as pessoas é indescritível”, diz ela. “Assim como é ver o Tom, exuberante, apresentando as músicas dele. Eu fico ali absorvendo tudo junto com a plateia. Por isso digo que é um show com muita verdade. Nós dois estamos investigando, tateando e descobrindo o nosso jeito de estar ali com as pessoas.”
Prestes a iniciar as gravações da novela “Três Graças”, em que será protagonista do horário nobre da Globo pela primeira vez, Sophie pretende manter a agenda de shows em paralelo. “A gente sabe que fazer novela é uma grande aventura, mas, sempre que eu tiver um respiro, vou correndo para o palco, porque estou amando essa experiência”, comenta.
SOPHIE CHARLOTTE E TOM VELOSO
Show nesta sexta-feira (16/5), às 21h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia).Ingressos à venda por R$ 240 (Setor 1 / Inteira) e R$ 180 (Setor 2 / Inteira), na bilheteria ou pelo site Sympla. Meia-entrada na forma da lei. Informações: (31) 2116-0418.