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"A reserva" mergulha na sombria intimidade das famílias ultra ricas

Ao colocar a lupa na relação de ricaços dinamarqueses com as babás estrangeiras que contratam, produção da Netflix revela um mundo de poder e exploração

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Lançada há uma semana pela Netflix, a minissérie dinamarquesa “A reserva” tem uma relação com “Adolescência”, a produção britânica da mesma plataforma, que levantou um debate mundial em torno de bullying, misoginia e vida virtual de meninos recém-saídos da infância. Isto explica por que o título ou os últimos dias no topo da parada brasileira da Netflix.


Não se engane, há temas afins, mas o tratamento aqui é bem tradicional, quase novelesco. A Dinamarca tem o nono maior PIB (Produto Interno Bruto) do mundo. Pois o cenário da trama é o ambiente dos ricaços de um país super-rico. Num subúrbio de Copenhagen, é comum a presença de jovens filipinas que viajam em programas au pair.


Esses programas, via de regra, são intercâmbios em que jovens vão trabalhar como babás em outros países. Recebem salário, vivem na casa com as famílias, mas são responsáveis pelas crianças. A protagonista da série é Cecilie (Marie Bach Hansen), uma bem-nascida que mora numa casa cinematográfica com o marido bonitão, Mike (Simon Sears), nada bem-nascido, mas um advogado bem-sucedido.


Depressão pós-parto

Os dois têm um casal de filhos – o mais velho, o reprimido adolescente Viggo (Lukas Zuperka), e uma bebê. Cecilie teve depressão pós-parto do primeiro filho, então não consegue ter uma relação próxima com o primogênito. Todo o amor que o menino tem e precisa está dirigido a Angel (Excel Busano), a filipina que está há alguns meses com a família. Mesmo que ela seja babá, a vemos cozinhando para a família, arrumando a casa. Isso só pra começar.


Os vizinhos têm uma conformação parecida, mas um estilo de vida totalmente nefasto. Ele é Rasmus (Lars Ranthe), herdeiro de uma das maiores fortunas de seu país, casado com Katarina (Danina Curcic). São pais de Oscar (Frode Bilde Ronsholt). Ela é barraqueira, preconceituosa e acha que tudo se resolve com dinheiro. E o filho, também adolescente, faz o que quer, sem limite algum.


Ruby (Donna Levkovski) é a au pair que vive com este casal. Assim como Cecilie e Katarina são amigas, ela é muito próxima de Angel. Um dia, logo no início da história, Ruby pede a Cecilie que a abrigue, pois não consegue mais trabalhar na casa dos vizinhos. Ela não quer ficar mal com o casal, então diz que não pode fazer nada.


Um dia mais tarde, Ruby desaparece. O casal de patrões não dá a mínima, acha que ela deve ter aprontado alguma e só querem que ela volte para evitar algum escândalo. Cecilie é quem se interessa pelo caso, achando que tem alguma coisa muito errada ali. Ela acerta na mosca e logo uma jovem detetive começa uma investigação. Ela também nunca teve privilégios e não demora a sentir o preconceito que vem dos muitos ricos.


Conforme a trama vai se desenvolvendo, “A reserva” apresenta muitas armas. Mostra as estruturas de poder e o abuso dele em torno dos menos favorecidos; a hipocrisia reinante nas mansões; e também a vida on-line dos adolescentes, em paralelo à investigação do crime. Tem bons momentos, mantém o suspense e apresenta uma fotografia ousada para o padrão Netflix. Mas está a léguas do impacto de “Adolescência”, que fique bem claro.

“A RESERVA”
• A minissérie, em seis episódios, está disponível na Netflix.

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