Gripe aviária: polos da avicultura em Minas reforçam medidas sanitárias
Pará de Minas e Santo Antônio do Monte intensificam ações de prevenção para proteger a produção de aves, atividade que tem grande peso econômico local
compartilhe
Siga noPará de Minas e Santo Antônio do Monte, municípios do Centro-Oeste de Minas, intensificaram a vigilância e as ações de prevenção para proteger a avicultura local, atividade que tem grande peso econômico nas duas cidades. As medidas ocorrem após o decreto de emergência sanitária animal publicado pelo governo de Minas no dia 27 de maio devido a confirmação de um caso de gripe aviária em aves ornamentais na região metropolitana de Belo Horizonte.
Leia Mais
Apesar de o caso registrado em Mateus Leme envolver aves de um sítio de pequeno porte, criadas sem fins comerciais, a confirmação de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) acendeu o alerta nas principais regiões produtoras do estado.
Pará de Minas amplia vigilância e reforça biossegurança
Maior exportador de aves de corte de Minas, Pará de Minas já adotava medidas preventivas, mas com a emergência estadual, as ações foram intensificadas. Segundo o secretário municipal de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Kenede Reis, o município está seguindo rigidamente as diretrizes estaduais e federais.
"As ações incluem monitoramento de aves, e orientação à população para notificar casos suspeitos. Até o momento, não há registros de casos no município", afirmou o secretário.
A cidade atua de forma coordenada com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), tanto na vigilância ativa — com visitas técnicas e fiscalização — quanto na vigilância iva, que recebe denúncias da população sobre eventuais casos de aves doentes ou mortas.
Além disso, foram intensificados os protocolos de biossegurança nas granjas, com foco no controle de o de pessoas e veículos, desinfecção de equipamentos e insumos e cuidados redobrados com a alimentação e a água dos animais. Tudo isso, conforme o secretário, afasta receio de que a doença se espalhe e coloque em risco a economia local.
Pará de Minas lidera a produção estadual de aves de corte, tendo enviado 38,9 milhões de animais para abate em 2023 (8,03% do total estadual) e 37 milhões em 2024 (7,51%). O município também conta com dois incubatórios com capacidade para 600 mil ovos férteis e 65 criatórios de aves de subsistência.
"A produção de aves comerciais é um dos pilares da economia do nosso município. Ele gera empregos diretos e indiretos, movimenta o comércio local, atrai investimentos e contribui de forma significativa para a arrecadação de impostos. Além disso, fortalece toda a cadeia produtiva, desde a produção de insumos até a exportação de alimentos (...) Estamos confiantes de que a situação está sob controle", disse Kenede Reis.
Santo Antônio do Monte mantém estado de vigilância e alerta
Outro importante polo da avicultura mineira, Santo Antônio do Monte também está em alerta. O município, que se destaca na produção de ovos, com cerca de 8 milhões de aves e uma produção diária de 4,5 milhões de unidades, atua em parceria com o IMA e demais órgãos estaduais no monitoramento constante.
De acordo com o prefeito Léo Camilo, o município já possui um sistema rígido de controle sanitário, mas reforçou as ações de vigilância diante da confirmação do caso em Mateus Leme.
"Atenção redobrada tem sido dada às barreiras sanitárias, ao controle de o de pessoas e veículos, ao manejo adequado de resíduos e aos cuidados com a água e a ração. Essas são práticas cotidianas das granjas que continuarão sendo seguidas com maior intensidade", afirmou.
Camilo ressaltou que não há, até o momento, nenhum registro ou suspeita da doença em Santo Antônio do Monte. O prefeito reforçou a importância da informação clara e da cooperação entre produtores e autoridades. "É necessário ter muita cautela diante desse cenário, especialmente para evitar prejuízos às cidades que dependem economicamente da produção de aves e ovos", alertou.
Ele diz confiar nas barreiras sanitárias, fiscalizações e ações preventivas conduzidas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Ministério de Agricultura (Mapa).
Cooperação e prevenção
Ambos os municípios destacaram a importância da parceria com o setor produtivo e a população para garantir a detecção precoce de qualquer anormalidade. A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos devidamente inspecionados, mas pode causar perdas econômicas severas à cadeia produtiva caso atinja estabelecimentos comerciais.
As prefeituras orientam que qualquer caso de ave doente ou morta seja imediatamente comunicado ao IMA ou às secretarias municipais de agricultura e meio ambiente. A colaboração da sociedade é considerada estratégica para manter a segurança sanitária do estado.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
*Amanda Quintiliano especial para o EM