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ESTRAGOS DA CHUVA

Um mês após tragédia em Ipatinga, atingidos ainda esperam apoio

Famílias que foram expulsas de casa no dia do temporal em que 10 pessoas morreram e cerca de 2 mil ficaram desabrigadas cobram aluguel social

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As famílias atingidas pela tromba d'água que caiu em Ipatinga, na Região do Vale do Aço, em 12 de janeiro, seguem aguardando apoio financeiro da prefeitura para o aluguel social, um mês depois do episódio. Foram 10 mortes e cerca de 2 mil desabrigados. É o caso da família de Jaqueline Flaviano da Silva, 32 anos, cuja casa está interditada pela Defesa Civil por risco de desabamento. Ela mora na Rua Gerivã, agem do Bairro Bethânia, em Ipatinga, onde cinco pessoas morreram soterradas por um deslizamento causado pelas fortes chuvas de janeiro. Parte da encosta da rua desabou, atingindo casas localizadas logo abaixo.

Jaqueline conta que, desde o acidente, aguarda informações sobre como será pago o auxílio-moradia anunciado pelo município. “Fomos lá no endereço anunciado pela prefeitura e fizemos nosso cadastro. Mandaram a gente aguardar 30 dias. Fomos à prefeitura na segunda-feira (3/2) saber sobre o auxílio e nos informaram que pode demorar mais 30 dias”, lamenta.

Além da casa, também foram interditadas outras duas residências de sua família, localizadas no mesmo terreno e também sob risco. “O auxílio aluguel a gente não sabe o valor, nem quando vai ser liberado. Estamos no escuro. Somos três famílias que perderam suas casas próprias, aguardando. Não sabemos o que fazer”, reclama. Ela também cobra informações sobre obras que deverão ser feitas em sua rua para garantir que não haja novos deslizamentos e também informações sobre a situação de sua casa e das outras residências do lote, onde viviam seus pais e sua irmã, juntamente com a família, em um total de 12 pessoas.

Há 29 anos morando no local, Jaqueline disse que a encosta começou a ceder na madrugada, durante a chuva do dia 12 de janeiro e, com isso, seu pai percebeu que parte dela estava desmoronando aos poucos. “Meu pai viu que começaram a cair uns pedaços do barranco aos poucos e falou pra gente sair. Fomos deixar os meninos na casa da minha irmã e voltamos aqui para a rua”, afirma a moradora.

Sua vizinha da rua debaixo, a feirante Márcia Aparecida Oliveira Assis Martins, 39 anos, que morava na rua logo abaixo da Gerivã, conta que deixou sua casa na madrugada do dia 12 e que, dez minutos depois, a residência vizinha foi soterrada. “Escapamos por pouco”, afirma a feirante, que há tempos já temia o deslizamento do barranco atrás de sua casa. Tanto, conta Márcia, que fez por conta própria uma contenção com tela e cimento da encosta da rua de trás para conter um possível desabamento, que acabou acontecendo. Sem essa proteção, avalia a moradora, sua casa poderia ter sido totalmente atingida.

A parte da encosta que invadiu o fundo de sua casa, foi interditada pela Defesa Civil, conforme narra. “Tirando o barro que a prefeitura retirou da rua, tudo continua do mesmo jeito, um mês após o desabamento”, relata. Ela afirma que também fez a inscrição solicitada pela Prefeitura, mas que até agora não recebeu nenhuma informação e nem ajuda de custo.

Também residente do bairro Bethânia, Cláudio Simão Ribeiro, 53 anos, conta que a escadaria lateral da sua rua virou um “rio de lama” e que casas logo acima da sua residência estão interditadas. A prefeitura, segundo ele, fez a retirada de toda a lama que obstruiu a agem e segue limpando trechos onde ainda resta barro e entulho trazidos pela água.

O que diz o poder público

Por meio de uma nota, a Prefeitura de Ipatinga disse que, até o momento, conforme balanço da Secretaria de Segurança e Convivência Cidadã (Sescon), já foram realizadas quase 3 mil inspeções em áreas de risco, sendo que as vistorias técnicas resultaram em mais de 800 interdições. Afirmou ainda que conseguiu, junto à Caixa Econômica Federal, a liberação do saque do FGTS pelos trabalhadores que vivem nas áreas afetadas pelo desastre e também a antecipação do pagamento do Bolsa Família a este segmento.

De acordo com o Executivo municipal, também foram estabelecidas regras para o pagamento de até um salário mínimo e meio aos desabrigados e desalojados pelas chuvas que assolaram a cidade, por meio da publicação de um decreto. A gestão local disse, ainda, que está disponibilizando um auxílio concedido com a finalidade de auxiliar no custeio do aluguel de um novo lar, para famílias proprietárias. Quanto àquelas pessoas que tiveram que sair de seus lares e não tinham para onde ir (desabrigados), como a casa de um parente, a prefeitura garantiu que disponibilizou dois abrigos.

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Conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), desde o início da operação de limpeza, a média de recolhimento é de cerca de 850 toneladas de materiais/dia, totalizando quase 23 mil toneladas de barro, terra e entulho desde 12 de janeiro. 

“Tirando o barro que a prefeitura retirou da rua, tudo continua do mesmo jeito, um mês após o desabamento”

Márcia Aparecida Oliveira, 39 anos, feirante

Efeitos do desastre

  • 850 toneladas de materiais recolhidas por dia
  • 23 mil toneladas de barro retiradas em um mês
  • 3.000 inspeções em áreas de risco
  • 800 interdições

Fonte: Prefeitura de Ipatinga

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