Cachorro é morto atropelado por ônibus em BH; motorista não presta socorro
Clínica que recolheu corpo do animal denuncia descaso do motorista; PBH diz que motoristas devem solicitar auxílio nesses casos
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Siga noUm cachorro foi morto ao ser atropelado por um ônibus na rua Olinto Magalhães, no bairro Padre Eustáquio, Região Noroeste de Belo Horizonte, na tarde deste domingo (9/3). O motorista do coletivo da linha 5035 (Zoológico / Hospitais Via Serrano) não prestou socorro e funcionários da Clínica Fofos Pet, localizada na mesma rua, foram até o local e constataram a morte.
Imagens de câmera de segurança registraram o momento do acidente. Em vídeo, é possível ver o veículo em alta velocidade atingindo um cão, de raça não identificada. Os tutores do animal, que estava bem cuidado e castrado, foram se despedir do corpo na tarde dessa segunda (10). De acordo com uma das proprietárias da Fofos Pet, Mariana Barros, o motorista foi negligente.
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“Eu acho que foi um descaso do motorista. Eu não posso afirmar que ele ou porque ele quis, mas tudo indica que ele tinha visto os animais e que ele poderia ter freado, buzinado ou desviado. Então, a gente precisa entender que isso se enquadra em maus-tratos aos animais. Primeiro que ele ou e ele nem prestou socorro. Ele poderia ter parado, ter visto se o animal estava bem. Do lado dele tinha uma clínica, ele poderia ter batido na porta, a gente não estava funcionando, mas ele poderia ter tentado fazer alguma coisa, mas ele não fez nada, ele ou e foi embora”, diz Mariana.
Segundo a veterinária, essa não é a primeira vez que acontece um acidente de trânsito na via, porque muitos carros e até ônibus circulam ali em alta velocidade. Para ela, um quebra-molas na rua poderia evitar outros acidentes, mas ela não descarta a falta de omissão de socorro a um animal, que também é uma vida.
“A gente não pode tapar os olhos e deixar que isso e como se nada tivesse acontecido. Quando aconteceu, os vizinhos começaram a me ligar para eu tentar ajudar o animal, mas eu cheguei aqui e ele já tinha ido a óbito. É um descaso. A gente fica muito chateado e tem medo de botar a boca no trombone, porque a gente não sabe quem está por trás desse volante, mas a gente não pode deixar que isso e despercebido”, conta.
A dona da clínica não registrou a ocorrência na polícia, porque, segundo ela, a situação não se enquadrava em nenhuma das opções disponíveis virtualmente. Como estava trabalhando, não conseguiu ir até uma delegacia para preencher o Boletim de Ocorrência presencialmente, mas fez uma denúncia pelo 181.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o consórcio responsável pela linha será convocado para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. O Executivo municipal informou, ainda, que em casos de atropelamento de animais o motorista tem que parar o veículo e solicitar auxílio.
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“Nós somos veterinários, mas também somos humanos, então ter que vir coletar o corpo, limpar o corpo, colocar no freezer não é fácil pra gente. Eu tô com ele aqui no freezer resfriado, porque eu ainda tenho esperança que eu possa vir a encontrar o tutor, mas pode ser que eu não encontre, então é um animal que eu faço questão de dar um fim digno, porque nós não temos nenhum órgão que venha coletar esse corpo”, conclui Mariana.