‘Queria ter a arte reconhecida’, diz amiga sobre jovem morta concretada
Além de skatista, jovem encontrada morta concretada em BH fazia pinturas, grafite e biscuit; amigos esperam que a arte dela seja divulgada
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Siga no“A arte nasceu dentro dela”. É assim que Júlia Rangel, a melhor amiga da jovem encontrada morta concretada em Belo Horizonte, a descreve. Clara Maria Venancio Rodrigues trabalhava em uma padaria no Bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha da capital mineira, mas tinha o sonho de viver da própria arte.
“Ela era talentosa. Tudo o que ela queria era ter a arte dela reconhecida”, conta Júlia, que a conheceu por volta dos 10 anos, na escola, e mantiveram a amizade desde então. Segundo a analista de e, ela desenhava desde criança e fazia grafite, biscuit e brincos. Júlia, inclusive, foi presenteada com as peças.
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De acordo com a amiga, Clara tinha o interesse de trabalhar apenas com a arte que ela produzia, mas precisava de outro emprego para pagar as contas e acabou parando de comercializar.
“A forma de expressão dela era pela arte. A arte nasceu dentro dela”, conta. Conforme relatado, ela nunca fez nenhum curso e aprendeu a produzir as peças por conta própria. A amiga, que agora vive o luto, espera que a arte de Clara seja divulgada.
O crime
O corpo da jovem, de 21 anos, foi encontrado no fim da manhã dessa quarta-feira (12/3) no Bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. O corpo foi encontrado coberto por uma camada de concreto nos fundos de uma casa.
A jovem desapareceu enquanto voltava para casa. A principal suspeita é de que ela foi morta depois de cobrar uma dívida de um ex-colega que trabalhou com ela no estabelecimento. A família de Clara Maria é de Uberlândia, na região do Triângulo, e uma irmã veio para a capital para resolver ajudar nas buscas enquanto ela estava desaparecida.
Até o momento, três pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no homicídio. Todas foram ouvidas ainda nesta tarde pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mais informações sobre a investigação ainda serão readas em coletiva de imprensa nesta quinta (13).
Com relação à forma que o corpo foi encontrado, os bombeiros informaram que a mistura de concreto não se encontrava completamente seca ou rígida, o que pode indicar que o procedimento para ocultar o corpo foi feito recentemente.
Outro indício que corrobora com a teoria é de que foram encontrados terra e entulho em cima do corpo, que teriam sido utilizados pelos suspeitos para tentar disfarçar o odor do corpo em decomposição.
Vizinhos da casa onde o corpo de Clara Maria Venancio Rodrigues foi encontrado relataram que os dois moradores, presos pelo assassinato da jovem, tinham uma rotina discreta. O mecânico Aguinaldo Rodrigues dos Santos, de 52 anos, que trabalha em uma oficina localizada a poucos metros da casa, contou que os suspeitos se mudaram para o imóvel há cerca de um mês e mal eram vistos na rua.
Luto
A padaria na qual a jovem trabalhava, eli Boulangerie, publicou uma nota de pesar nas rddes sociais nessa quarta. No post, a padaria se refere à jovem como "integrante da equipe eli Boulangerie" e externa "os mais profundos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos". A publicação tinha mais de 3 mil curtidas e mais de 300 comentários até a manhã desta quinta.
Dentre as considerações, internautas se questionam sobre o motivo da morte de uma "menina tão jovem". Outro usuário diz: "Sinto muito! Que a justiça seja feita! É inaceitável uma pessoa partir assim. Força pra vcs e familiares! Que Deus a receba de braços abertos!".
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Amigos e colegas de trabalho de Clara também lamentaram o assassinato dela. Eles descreveram a jovem como uma pessoa amiga e dedicada ao trabalho. "Ela era uma menina meiga, super educada, sem nenhum atrito. Todo mundo com quem você fala está assim, realmente, com muito pesar", disse a empresária Patrícia eli, dona do estabelecimento.
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Ainda segundo a empresária, no domingo, quando desapareceu, a vítima havia comentado com colegas de trabalho que recebeu uma ligação do suspeito a fim de combinar o pagamento de uma dívida. Conforme Patrícia, funcionários comentaram que o homem devia a Clara R$ 400. A reportagem da TV Alterosa conversou com funcionários da padaria. Segundo eles, o homem tinha problemas com drogas e álcool.