Segundo Adriana, a nova clínica onde ocorreu o protesto tem vínculo com os antigos proprietários da Animed, o que, para ela, agrava ainda mais a situação. “Isso é uma desmoralização para os bons e boas profissionais da veterinária, que são maioria, a gente tem certeza disso. Isso daí estimula a impunidade, estimula que outros, como eles, façam a mesma coisa”, afirmou.
MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS
Protesto em BH cobra justiça após prescrição de crimes contra pets
Manifestação denuncia impunidade em caso de maus-tratos e reacende debate sobre fiscalização na medicina veterinária
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12/04/2025 20:08
- atualizado em 12/04/2025 20:08
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Ativistas pelos direitos dos animais realizaram, na tarde deste sábado (12/4), um protesto em frente a um hospital veterinário, no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com cartazes e cartas de repúdio, o grupo exigiu respostas para um caso que, para eles, escancara a impunidade e o descaso com a vida animal em Minas Gerais.
O ato foi motivado pela recente prescrição de diversos crimes atribuídos a um casal de veterinários, ex-proprietários da clínica Animed, em Nova Lima, na Grande BH. As acusações, divulgadas em 2019 com base em um dossiê repleto de provas, envolvem práticas como congelamento de animais mortos para continuar cobrando diárias, retirada de sangue de pets levados para banho e tosa para revenda ao comércio, além de cirurgias forjadas que teriam deixado animais mortos ou aleijados.
Um dos casos que mais repercutiu foi o da cadela Malu, uma beagle que morreu após um procedimento suspeito. Laudo da UFMG indicou falhas grosseiras na cirurgia e sinais de maus-tratos. No mesmo ano, a clínica foi alvo de operação do Ministério Público e da Polícia Civil.
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Durante o protesto nesta tarde, a organização Proteção Animal de Minas Gerais divulgou uma carta aberta criticando duramente a atuação do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG) e da Justiça de Minas Gerais. Para o grupo, a morosidade do sistema jurídico permitiu que os crimes prescrevessem e os acusados escaem de qualquer julgamento.
A carta também destaca que a impunidade em um caso tão emblemático abre precedentes perigosos. “São crimes graves, com provas, com laudos, com testemunhas. E agora a gente vê 11 deles simplesmente prescrevendo. Mostra que, mesmo diante de provas, não há garantia de responsabilização. Eles continuam exercendo a profissão normalmente, atendendo num bairro nobre de BH, com outro nome na fachada", disse Adriana Araújo, do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA).
A defesa do casal de veterinários, por sua vez, afirma que os dois são vítimas de uma “série de denúncias falsas, disseminadas com intuitos escusos”, e que “sempre seguiram rigorosamente todos os preceitos éticos em prol do bem-estar animal”.
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Procurado pela reportagem, o CRMV-MG afirmou que os dois profissionais já cumpriram penalidades determinadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), como censura pública, advertência e pagamento de multa —e por isso, seguem legalmente aptos ao exercício profissional.