Sul de Minas lidera internações por doenças respiratórias no estado
Região responde por 16,4% das hospitalizações por síndromes respiratórias em Minas Gerais em 2025; idosos e crianças são os mais afetados
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Siga noNo epicentro da escalada das doenças respiratórias está o Sul de Minas, região que lidera o número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o estado neste ano. De janeiro até 28 de abril, 4.422 pessoas foram internadas, o que representa 16,4% do total de internações registradas em Minas Gerais — 26.786 ao todo —, segundo levantamento feito pelo Estado de Minas no de Síndromes Respiratórias da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), atualizado neste sábado (3/5).
Apesar de ser a região com mais hospitalizações, as cidades sul-mineiras não figuram entre os principais municípios em números absolutos. Pouso Alegre (255 internações) e os (147) lideram na região, mas estão bem abaixo dos números da capital mineira, Belo Horizonte, que concentra 2.669 internações, quase 10% de todo o estado. Em seguida vêm Uberlândia (1.285), Montes Claros (537), Juiz de Fora (531) e Ipatinga (419).
Os dados reforçam uma tendência já alertada pela SES-MG: são os idosos e as crianças os mais vulneráveis. Os maiores de 60 anos representam 66,2% das internações no Sul de Minas. Dentro dessa faixa etária, destacam-se os octogenários, seguidos pelos idosos de 70 a 79 anos. As crianças, por sua vez, respondem por quase 20% das hospitalizações na região, com destaque para os menores de um ano, que estão entre os grupos com maior risco.
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Antes da explosão de casos, em uma tentativa de se antecipar ao pico, o governo de Minas abriu 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A medida teve como foco principal os casos de bronquiolite em crianças pequenas, uma das principais causas de internação infantil nesse período. A estrutura da unidade também está pronta para acionar, caso necessário, outros 10 leitos de terapia intensiva pediátrica, reforça a SES-MG.
Apesar dos altos números no Sul de Minas, nenhuma cidade da região decretou situação de emergência em saúde, mecanismo que permite a contratação emergencial de profissionais, aquisição de insumos e ampliação da rede de atendimento. No entanto, a gravidade da situação mineira levou o governador Romeu Zema (Novo) a , nessa sexta-feira (2/5), o decreto de emergência em saúde pública para todo o estado. A medida vale por 180 dias e abre caminho para a adoção de ações emergenciais e o a recursos federais extraordinários.
Doenças respiratórias avançam também na Grande BH
Logo atrás do Sul de Minas no número de internações aparece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, com 4.278 casos entre janeiro e abril, conforme levantamento feito pelo Estado de Minas.
A pressão sobre os serviços de saúde tem levado os municípios da Grande BH a tomarem medidas drásticas. Santa Luzia foi a última das quatro cidades da região a decretar emergência. Por lá, todos os leitos pediátricos estão ocupados. A cidade já teve 160 internações, das quais 60% envolvem idosos. Crianças de 1 a 9 anos representam quase 15% dos casos, mas os quadros mais graves estão entre pacientes de 2 a 14 anos, segundo a prefeitura da cidade.
Na capital mineira, o cenário é ainda mais expressivo. Belo Horizonte foi a terceira cidade do estado a decretar emergência e registra o maior número de internações por síndromes respiratórias. São 2.669 casos, o que representa quase 10% do total registrado em Minas Gerais (26.786). Apenas entre os dias 20 e 26 de abril, foram feitas 196 solicitações de internação para bebês com menos de um ano, quase o triplo da demanda registrada na última semana de março, quando houve 69 pedidos. A procura por leitos para crianças de 1 a 4 anos também cresceu, ando de 50 para 82 no mesmo intervalo.
A resposta do município veio com a abertura de dez novos leitos pediátricos no Hospital Odilon Behrens, no Bairro São Cristóvão, e outros dez no Hospital da Baleia, no dia 25 de abril. A promessa de dobrar a capacidade no Odilon Behrens foi cumprida poucos dias após o anúncio, como parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias, que é ativado de forma gradativa, conforme o avanço dos casos e a pressão sobre o sistema de saúde. Ao todo, 187.058 pessoas foram atendidas por queixas respiratórias na rede municipal de BH apenas entre janeiro e abril.
Minas Gerais em alerta
O Norte de Minas aparece como a terceira região com mais hospitalizações no estado, somando 2.780 casos. A situação é especialmente crítica em Montes Claros, que lidera os registros da região e ocupa o terceiro lugar no ranking estadual, com 537 internações entre 1º de janeiro e 28 de abril, segundo o oficial.
Logo depois vem o Triângulo Mineiro, com 2.713 hospitalizações, quase metade delas concentradas em Uberlândia, que se destaca como a segunda cidade mineira com mais casos (1.285). Já a Zona da Mata, com 2.583 internações no período, completa o grupo das regiões mais afetadas, com destaque para Juiz de Fora, que registrou 531.
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A pressão sobre o sistema de saúde comprometeu a capacidade da rede pública em algumas regiões, como Montes Claros, Governador Valadares, Januária, Diamantina e Coronel Fabriciano, segundo informou o governo estadual.
Até 28 de abril, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), o estado já havia registrado 26.786 internações por SRAG. No total, o estado contabiliza 334 mortes por doenças respiratórias neste ano. A maioria das hospitalizações se concentra nas faixas etárias mais vulneráveis: menores de um ano (2.587 internações) e maiores de 60 anos (15.130).
Confira a lista das regiões de Minas com maior número de hospitalizações por SRAG:
- 1º - Sul de Minas: 4.422
- 2º - Grande BH: 4.278
- 3º - Norte de Minas: 2.780
- 4º - Triângulo Mineiro: 2.713
- 5º - Zona da Mata: 2.583